Ana Calhôa
Secretária-Geral da Associação de Bioenergia Avançada

A educação ambiental fornece os instrumentos essenciais para que possamos enfrentar os atuais desafios mundiais e dar resposta às necessidades sociais de forma sustentável. No entanto, a transição para uma economia net zero implica a priorização da educação ambiental por parte dos Governos e empresas, especialmente nos setores mais poluentes, como é o caso do setor dos transportes, que representou 28,2% das emissões de GEE, em 2021, segundo a ZERO.

A chave para um futuro sustentável está na educação ambiental

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Para construir um futuro sustentável, liderado por empresas e indivíduos conscientes, é cada vez mais imperativo cultivar o conhecimento sobre o meio ambiente e a proteção deste. Somente através de comunidades informadas é possível adotar um papel ativo e crítico na preservação do meio ambiente.

Portugal enfrenta desafios significativos, tornando evidente a emergência de uma transição energética justa. 2023 ficou marcado pelas metas ambiciosas delineadas, como a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 55% até 2030, segundo o Climate Change Performance Index 2023. No entanto, é necessário aliar o pensamento estratégico das nações a um dos pilares mais relevantes para conseguirmos alcançar os objetivos partilhados: a educação ambiental. 

A literacia ambiental não se trata apenas de nos informarmos sobre questões ecológicas, mas também de compreendermos e analisarmos o impacto das atividades da sociedade e das empresas, de forma a tomar decisões cada vez mais informadas e verdes. A consciência e a informação, impulsionadas pela educação ambiental, tornam-se, assim, uma peça crucial para a mudança de comportamentos, mentalidades e práticas, como o uso excessivo de combustíveis fósseis.

No panorama português, a consciencialização sobre as emissões carbónicas, alterações climáticas e as metas existentes para as mitigar é imprescindível considerando que Portugal gerou mais resíduos urbanos per capita do que a média europeia em 2021, segundo a OCDE. Adicionalmente, em 2022, o País registou a segunda maior subida de emissões de dióxido de carbono pela combustão de combustíveis fósseis para utilização energética na União Europeia, de acordo com a Eurostat, reforçando o importante papel que a literacia ambiental desempenha na capacitação das comunidades para a adaptação e mitigação dos efeitos climáticos negativos, causados por estas emissões.

A educação ambiental fornece os instrumentos essenciais para que possamos enfrentar os atuais desafios mundiais e dar resposta às necessidades sociais de forma sustentável. No entanto, a transição para uma economia net zero implica a priorização da educação ambiental por parte dos Governos e empresas, especialmente nos setores mais poluentes, como é o caso do setor dos transportes, que representou 28,2% das emissões de GEE, em 2021, segundo a ZERO. 

Somente através da compreensão da eficiência energética e da adoção de todas as alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis, como é o caso dos biocombustíveis avançados que permitem reduzir entre 83% a 97% das emissões carbónicas, alicerçada em políticas e apoios claros, conseguimos desempenhar práticas sustentáveis para alcançar a neutralidade carbónica.

Devemos, então, renovar o nosso compromisso com o planeta, reconhecendo a força motriz da consciência verde na construção de um mundo cada vez mais verde e de um futuro promissor para todas as gerações.

Foto de destaque de Mick Haupt na Unsplash

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