A Câmara Municipal de Lisboa pretende limitar o acesso de automóveis na Baixa da cidade. Em entrevista ao jornal Público, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro da mobilidade, anunciou que a autarquia quer alargar o perímetro das ruas com restrições à circulação, passando também a controlar e multar quem desrespeite as regras – algo que nunca foi efetivamente feito.

Assim, a zona de emissões mais reduzidas, a Zona 1, verá os seus limites esticados de modo a incluir a “zona ribeirinha histórica”.

Trata-se de uma zona que abrange atualmente zona da Baixa e a Avenida da Liberdade (limitada a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Praça do Comércio e abrangendo a zona entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas). Essa zona foi implementada em 2011, revista em 2012 e alvo de uma terceira reformulação em 2015, quando passou a ser proibida nesse eixo a circulação a veículos anteriores a 2000, entre as 7h e as 21h dos dias úteis. Isto significa que apenas podem entrar nesta área automóveis que cumpram a norma Euro 3. Isto agora.

O município quer criar um sistema mais restritivo que barre o trânsito automóvel até à zona ribeirinha.

No futuro, a esse núcleo histórico alargado passam apenas a poder aceder “residentes e carros elétricos”, de acordo com o responsável da câmara.

Os veículos que não sejam de residentes e que não sejam elétricos que cheguem à zona da Baixa de Lisboa terão de estacionar fora do perímetro proibido e haverá fiscalização. Esse controlo será realizado através de câmaras que irão perceber quem é residente ou não, através da consulta a uma base de dados.

“Nós vamos investir em câmaras para controlar automaticamente este processo. Quem quiser ir para um parque de estacionamento na Baixa pode fazê-lo. Quem quiser passar pela Baixa para ir para outro sítio, não o pode fazer e irá ter uma fiscalização através de câmaras”, aponta Filipe Anacoreta Correia.

“Todos os que só querem passar serão multados”, avisa o vice-presidente da autarquia, cuja expectativa é que a medida possa entrar em vigor ainda este ano, ainda que não tenha comunicado uma data exata.

Artigo anteriorEMEL constrói nova ciclovia na Ameixoeira
Próximo artigoCidades inteligentes que se tornaram cidades virtuais. Uma é portuguesa