Os atuais investimentos públicos e privados na União Europeia em 22 setores fundamentais para combater as alterações climáticas representam 50% do necessário para alcançar as metas definidas para 2030, concluiu o Instituto para a Economia Climática (I4CE).
“É essencial duplicar aqueles investimentos para proporcionar os benefícios económicos, geopolíticos e climáticos da política da UE”, aponta o relatório divulgado pela organização sem fins lucrativos com sede em Paris, França, que acompanha os investimentos públicos e privados dos 27 Estados-membros para a transformação dos sistemas de energia, construção e transporte.
Este relatório analisou os investimentos públicos e privados da UE27 realizados em 22 setores que são críticos para a transformação dos sistemas de energia, construção e transportes (incluindo energia eólica, renovação de edifícios, automóveis elétricos entre outros). Os investimentos nestes setores cresceram 9% entre 2021 e 2022, atingindo 407 mil milhões de euros em 2022 – ou 2,6% do PIB.
No entanto, para alcançar as metas da UE para 2030, de acordo com este instituto, são necessários pelo menos 813.000 milhões de euros, ou 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE, entre recursos públicos e investimento privado, de 2024 a 2030, apenas naqueles 22 setores.
Em comparação, os subsídios explícitos e implícitos aos combustíveis fósseis na UE aumentaram e atingiram 290 mil milhões de euros no ano de 2022, indica esta análise.

“A resolução do défice de investimento climático da UE exige uma abordagem abrangente que envolve regulamentações existentes e futuras, sistemas de taxação de carbono e de finanças públicas”, diz o I4CE.
“Os decisores políticos da UE precisam urgentemente de avaliar e abordar melhor o défice de investimento climático da UE, ou corre-se o risco de ver o Pacto Ecológico falhar o cumprimento dos seus objetivos económicos, sociais e ambientais”, insiste esta entidade.