O secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou que o planeta está “à beira do abismo” devido às crises ambientais, tendo as declarações sido feitas durante a VI Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA-6).

“O nosso planeta está à beira do precipício. Os ecossistemas estão em colapso”, disse António Guterres num vídeo apresentado na abertura da cimeira ambiental de alto nível da UNEA-6, o principal órgão de tomada de decisões ambientais do mundo, realizado em Nairobi, no Quénia.

António Guterres sublinhou que o clima “está a implodir” e que “a culpa é da humanidade”.

“As consequências, desde rios envenenados até à subida dos mares, afetam-nos a todos”, alertou o secretário-geral da ONU, sublinhando que “os menos responsáveis são os que mais sofrem”.

Guterres instou os países a “cumprirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”.

Para combater esta crise, Guterres apelou a um trabalho “em conjunto para colocar o mundo no caminho da sustentabilidade e acelerar o desenvolvimento sustentável”.

“Isto significa tomar medidas urgentes para acelerar uma transição justa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, adaptar-se a fenómenos meteorológicos extremos, proporcionar justiça climática, controlar a poluição e proteger e restaurar os ecossistemas”, apelou.

Segundo António Guterres, os países “devem definir objetivos nacionais para cumprir este quadro”, ou seja, “criar novas contribuições a nível nacional para toda a economia antes de 2025 que estejam em linha com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius”.

Guterres afirmou ainda que, pela primeira vez desde que há registo, se comprovou e a presença de partículas de plástico em todos os ecossistemas do planeta.

“Juntos, precisamos que os governos elaborem um novo tratado sobre a poluição causada pelo plástico e aumentem o financiamento para o desenvolvimento sustentável e para ações climáticas e de biodiversidade nos países em desenvolvimento”, acrescentou.

A Unea (Assembleia das Nações Unidas sobre o Ambiente) foi estabelecida em 2012, na Conferência Rio+20, realizada no Brasil. Desde então, inaugurou uma nova era do multilateralismo onde o ambiente recebe o mesmo nível de importância que outros temas globais, como paz e saúde.

Ao longo dos anos, a Unea aprovou importantes resoluções em temas como combate ao tráfico ilegal de vida silvestre, proteção do meio ambiente em áreas de conflito armado, mobilidade urbana sustentável, dentre outros.

Como resultado da última sessão do evento, em 2022, foram iniciadas as negociações do primeiro instrumento internacional juridicamente vinculante para acabar com a poluição plástica, que tem previsão de ser concluído no fim de 2024.

Esta é a sexta conferência Unea que começou a 26 de fevereiro e termina a 1 de março de 2024 na sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Nairóbi, no Quénia.

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