As energias renováveis terão de pesar 75% do consumo de energia da UE e 90% do de eletricidade em 2040 para serem atingidos os objetivos ambientais que foram traçados, segundo o grupo de Estados-membros “Amigos das Renováveis”, que inclui Portugal.
O grupo dos “Amigos das Renováveis” junta os ministros de 14 Estados-membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, Grécia, Irlanda, Letónia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
Este grupo considera que para se cumprir os objetivos climáticos traçado pelo executivo comunitário para 2040 e a neutralidade carbónica 2050, o melhor cenário é através das energias renováveis.
O conjunto destes 14 países salientam que as energias renováveis não só reduzirão as emissões de gases com efeitos de estufa, “mas também reduzirão os custos de produção de eletricidade, darão à Europa a oportunidade de liderança tecnológica e contribuirão para a independência energética europeia”.
Os governos dos Estados-membros dos “Amigos das Renováveis” em causa garantem apoiar o apelo da Comissão Europeia para a plena aplicação do quadro de ação relativo ao clima e à energia para 2020 e 2030, sublinhando ser “fundamental para que a União esteja preparada em 2030 para os cenários ambiciosos até 2040”.
As fontes de energia renováveis incluem a energia eólica, a energia solar (térmica, fotovoltaica e concentrada), a energia hídrica, a energia das marés, a energia geotérmica, o calor ambiente captado por bombas de calor, os biocombustíveis e a parte renovável dos resíduos.
A questão é que ainda falta muito para nos aproximarmos destes necessários níveis. O Eurostat, o serviço de estatística da União Europeia, concluiu que a percentagem de fontes renováveis no consumo bruto de energia a nível da UE atingiu 23% em 2022. Há uma tendência de crescimento, mas está abaixo do desejado, dado que, em 2021, a quota renovável na Europa tinha sido de 21,9%.
E os próprios objetivos estipulados por Bruxelas poderão estar aquém do necessário: ao abrigo da diretiva sobre energias renováveis, a meta que as energias renováveis terão de alcançar na Europa em 2030 é de 42,5%. Mesmo considerando que se trata de um objetivo que já foi revisto em alta (o valor anterior era de 32%), parece inegável que a ambição e os compromissos terão de subir bastante mais de tom por parte dos países comunitários.
Bruxelas propõe a redução de 90% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040, face a 1990, visando tornar a UE o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050.