A Nissan e a Honda anunciaram esta sexta-feira que começaram a negociar uma aliança para produzir em conjunto componentes e software para veículos elétricos, numa tentativa de reduzir custos e reforçar a competitividade.
O presidente da Nissan, Makoto Uchida, e o homólogo da Honda, Toshihiro Mibe, disseram que as duas empresas irão procurar áreas de colaboração e a uniformização de componentes-chave, incluindo baterias que são o elemento mais caro num automóvel 100% elétrico.

O acordo não é vinculativo e as negociações irão começar agora, disseram os executivos, numa conferência de imprensa conjunta.
“É importante prepararmo-nos para o ritmo crescente de transformação da mobilidade a médio e longo prazo e é significativo que tenhamos chegado a este acordo com base num entendimento mútuo de que a Honda e a Nissan enfrentam desafios comuns. Aguardamos com expetativa novas discussões e pretendemos encontrar soluções vantajosas para o crescimento sustentável”, afirma Makoto Uchida.
Por seu lado, Toshihiro Mibe salienta que, “neste período de transformação única na indústria automóvel, examinaremos o potencial de parceria entre a Nissan e a Honda. O nosso critério de estudo será se a sinergia das tecnologias e conhecimentos que as nossas empresas cultivaram nos permitirá tornarmo-nos líderes da indústria, criando um novo valor para a indústria automóvel”.

Acerca de um potencial impacto na aliança que a Nissan mantém com a Renault e a Mitsubishi, Uchida mostrou-se convencido de que o novo projeto “não afeta em nada” as alianças já estabelecidas e pode servir “para encontrar formas de maximizar os benefícios” para todos.
Apesar de pioneira com o Leaf, a Nissan tem apenas mais dois outros modelos 100% elétricos de momento (Ariya e o e-NV200), ao passo que a Honda tem apenas no seu portefólio o SUV e:Ny1.
Este acordo poderá, por isso, alavancar o desenvolvimento de mais modelos para ambos os emblemas.
“A Nissan tem uma grande afinidade com a Honda”, finaliza Toshihiro Mibe, que garantiu que a evolução da eletrificação e dos veículos inteligentes torna “essencial ser forte em muitos domínios”.