Com vista a combater a pressão que existe sobre as zonas costeiras, a plataforma de finanças éticas Goparity já angariou mais de 4 milhões de euros da sua comunidade de investidores para quase 30 campanhas de financiamento colaborativo direcionadas para a promoção da economia azul sustentável.
Ou seja, cerca de 14% do montante total angariado pela fintech, que equivale a 4,57 milhões de euros, foi emprestado a empresas médias para criarem e desenvolverem os seus projetos no ramo da economia do mar e da água. O valor angariado tem contribuído maioritariamente para iniciativas de aquacultura sustentável e para investigação e desenvolvimento em biotecnologia.
Portugal é o país que concentrou a maior fatia de financiamento – cerca de 4,065 milhões de euros, segundo a Goparity. Fora de Portugal, o projeto de economia azul mais relevante foi promovido pela empresa escocesa Ace Aquatec com uma campanha de 500 mil euros para financiar a sua tecnologia de monitorização e classificação de populações de peixe, de forma a reduzir taxas de mortalidade excessivas na exploração piscícola.
► A exploração excessiva dos recursos marítimos, a ocupação massiva das zonas costeiras causada pela atividade turística e a exploração offshore de recursos não renováveis têm vindo a contribuir para a destruição e redução de habitats naturais e consequente diminuição da diversidade biológica, bem como para a subida do nível do mar e aumento da temperatura da água.
► A Organização das Nações Unidas indica que 2.4 mil milhões de pessoas vivem num raio de 100 quilómetros da costa – o equivalente a 40% da população mundial.
Através do investimento conseguido, as empresas apoiadas garantem hoje a gestão sustentável de 119 hectares de água, evitam a emissão de 266 toneladas de CO2 por ano e já criaram 135 postos de trabalho.
De acordo com Nuno Brito Jorge, fundador e CEO da Goparity, “como portugueses crescemos a ouvir falar do mar e do potencial da economia do mar. A verdade é que com uma costa e Zona Económica Exclusiva tão extensas e biodiversas, Portugal pode ser líder global na preservação e aproveitamento sustentável dos oceanos”.
Nuno Brito Jorge diz que o modelo da Goparity permite “que empresas e a sociedade civil se envolvam nesta transição. Estamos empenhados em apoiar cada vez mais empresas que queiram fazer parte desta mudança.”
Segundo Bernardo Carvalho, CEO e fundador da Oceano Fresco, empresa na área da economia azul que se dedica à aquacultura de bivalves, situada na Nazaré e no Algarve, que já angariou 3 milhões de euros com a Goparity para financiar a instalação do primeiro viveiro de amêijoas em mar aberto do mundo, bem como inovação e aumentos de produtividade na maternidade e no viveiro, “as campanhas Goparity têm sido importantes fontes de financiamento e de comunicação com uma comunidade mais vasta que partilha as nossas preocupações com a sustentabilidade”.
“Portugal pode ser líder global na preservação e aproveitamento sustentável dos oceanos”, afirma Nuno Brito Jorge, fundador e CEO da Goparity.
A principal missão da Goparity é a democratização do acesso ao financiamento sustentável, ligando empresas e indivíduos que querem investir em projetos com impacto positivo nas pessoas e no planeta.
Em novembro de 2023, a Goparity ultrapassou a meta dos 30 milhões de euros investidos por mais de 15 mil pessoas e empresas. Os projetos financiados através da plataforma permitiram impactar positivamente cerca de 89 mil pessoas, criar quase 5 mil postos de trabalho e contribuir para evitar a emissão de 25 mil toneladas de emissões de CO2 para a atmosfera todos os anos.