O objetivo de redução da pegada de carbono da empresa levou a Águas de Carvalhelhos a ligar esta semana o botão da unidade de produção para autoconsumo (UPAC) com 1.125 painéis fotovoltaicos, capazes de gerar ao ano 888.012 quilowatts/hora. Um rendimento de energia verde que, em condições muito favoráveis, poderá permitir uma diminuição de cerca de 45% na atual fatura de eletricidade da empresa.

A marca Carvalhelhos está associada à localidade com o mesmo nome, situada no concelho de Boticas (Trás-os-Montes), local em que, em meados do séc. XIX, foram descobertas umas águas com propriedades medicinais por uma pastora que nelas lavou as pernas em chagas. A doença entrou em remissão e a “Barrosã”, como acabou conhecida, permaneceu para sempre ligada à imagem da marca, fazendo parte do logótipo da empresa até hoje. As águas (bicarbonatadas sódicas) começaram então a ser aproveitadas termalmente. O alvará de concessão de exploração foi atribuído em 1915 à empresa das “Caldas Santas de Carvalhelhos”. E as águas ganharam fama com um fotógrafo do Porto chegado à região, que documentou a sua própria recuperação.

A UPAC de energia solar, que representa um investimento de cerca de 360 mil euros, é uma das etapas de uma meta mais ampla: atingir a autonomia plena de energia elétrica, de uma forma faseada, nas duas unidades produtivas que a Águas de Carvalhelhos possui no concelho de Boticas (Vila Real).

“A transição energética e o desenvolvimento sustentável são temas sempre presentes na Carvalhelhos, mas a elevada fatura de eletricidade e a grande instabilidade do mercado energético pesaram sobremaneira nesta tomada de decisão, contribuindo fortemente para que o investimento fosse aprazado para esta altura”, revela Fernando Macedo, responsável interno pelo dossier e diretor do Departamento de Manutenção.

Os 1.125 painéis fotovoltaicos instalados permitirão reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) na ordem das 165 toneladas anuais.

Renovação da frota automóvel

A centenária Águas de Carvalhelhos iniciou um processo de eletrificação da frota automóvel ao seu serviço. A substituição das atuais viaturas (a gasóleo e a gasolina) por novas 100% elétricas está a acontecer de forma faseada. Depois dos primeiros oito veículos elétricos a entrar em cena em março seguem-se outros cinco, em abril. Trata-se de um passo que permitirá “poupar” a atmosfera aos efeitos nocivos de 93,6 toneladas de CO2 ao ano.

A mudança vai contemplar também os empilhadores (movidos a gás) e prolongar-se-á pelos meses seguintes, até à reconversão gradual de todo o parque automóvel empresarial.

“Este é apenas mais um passo na direção de uma empresa ainda mais sustentável. Mas, todos somados, os pequenos passos acabam por fazer toda a diferença, em prol de um planeta mais limpo”, salienta Daniel Soares, administrador da empresa.

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