As alterações climáticas estão a causar um aumento da temperatura global, derretimento de glaciares, subida do nível do mar, eventos climáticos extremos mais frequentes e impactos na biodiversidade e na agricultura, mas não só: também a propagação de vírus conhece um incremento descontrolado.  

A OMS pediu o reforço da rede da deteção mundial do vírus H5N1, com a vigilância a dever estender-se ao leite e aos produtos lácteos.

Na semana passada, a agência da ONU recomendou o consumo de leite pasteurizado após a descoberta de fortes concentrações do vírus H5N1 no leite de vacas nos Estados Unidos.

Uma perita da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou agora que o vírus H5N1, que causa a gripe aviária, está a expandir-se rapidamente em continentes como o americano devido a fatores como as alterações climáticas.

“As alterações climáticas tiveram impacto nas rotas das aves migratórias, e isto desempenhou um papel na disseminação sem precedentes do H5N1 em animais”, salientou em conferência de imprensa Zhang Wenqing, que dirige o Programa Global da Gripe na OMS.

A especialista salientou que a variante 2.3.4.4b do vírus emergiu em 2020, cruzou em 2021 o Atlântico até à América do Norte e chegou em 2022 à América do Sul, causando diversos surtos em aves e mamíferos.

A OMS reconhece um “crescimento exponencial” desde 2020 no número de infeções em aves, além de um número cada vez maior de mamíferos afetados, incluindo focas, visons, leões marinhos e raposas e, mais recentemente, gado bovino e caprino.

A recente deteção de surtos de gripe aviária no gado bovino e caprino nos Estados Unidos, onde foi identificado um primeiro contágio de vaca para humano, aumentou a preocupação da comunidade médica face às possíveis mutações do vírus, que, segundo a OMS, tem potencial epidémico e pandémico.

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