Um total de 44 jornalistas que informavam sobre temas ambientais foram assassinados no mundo nos últimos 15 anos, e pelo menos outros 24 sobreviveram a tentativas de assassínio. Os números são da agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Destes crimes, apenas cinco tiveram uma condenação judicial, segundo a UNESCO, que redigiu o relatório juntamente com a Federação Internacional de Jornalistas, no quadro do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, que se assinalou esta sexta-feira, 3 de maio.

O organismo internacional também revelou que pelo menos 749 jornalistas e meios de comunicação dedicados ao ambiente foram alvos de agressões em 89 países, desde 2009, e que 300 dessas agressões ocorreram, nos últimos cinco anos.

Imagem: Unesco

Pelo menos, metade das 749 agressões foram praticadas por agentes estatais, como polícias, militares, funcionários e indivíduos contratados pelos governos, com os agentes privados, como empresas da indústria extrativa ou grupos criminosos, responsáveis por uma quarta parte.

Mais de 40 jornalistas de ambiente foram mortos nos últimos 15 anos

“Estes jornalistas e meios cobriam um leque amplo de casos, desde as causas das alterações climáticas, a mineração ilegal, a desflorestação e os combustíveis fósseis, até questões que afetam especificamente as comunidades em que se integram, como a agroindústria, a apropriação de terras, os megaprojetos de infraestruturas e as consequências dos fenómenos meteorológicos extremos”, indica o documento.

Este ano, o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa foi dedicado à importância do jornalismo e à liberdade de expressão, no contexto da atual crise ecológica mundial.

Além do documento sobre agressões e assassínios de jornalistas, a UNESCO divulgou ainda um inquérito a 905 jornalistas de 129 países, no qual 70% disseram já ter sido “objeto de pressões, ameaças ou pressões, enquanto cobriam assuntos ambientais”.

A investigação mostrou ainda que mais de dois terços dos inquiridos consideram que a distorção da informação e as mentiras relacionadas com as alterações climáticas aumentou nos últimos anos e que o jornalismo não está a fazer o suficiente para contrariar a tendência.

“Exorto os jornalistas em Timor-Leste e a nível mundial a assumirem a sua responsabilidade crucial como vigilantes ambientais” – Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta

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