Os acidentes com bicicletas e trotinetes registaram “aumentos significativos” em 2023, revela a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
No relatório anual de sinistralidade, fiscalização e contraordenações rodoviárias alusivo a 2023, a ANSR indica que os acidentes com velocípedes, categoria que inclui bicicletas e trotinetes, aumentaram 8,1% face a 2022.
Em termos de vítimas mortais, as estatísticas oficiais apontam para um incremento de quase 37% nos velocípedes em relação a 2022.
Em termos absolutos, os mortos na sequência de desastres com bicicletas e trotinetes totalizam 26 no ano passado, um aumento de 36,8% face a 2022, quando ocorreram 19 vítimas mortais.
No relatório, a ANSR faz uma comparação com 2019, tendo em conta que este é o ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal.
Feita essa comparação, os acidentes com bicicletas e trotinetes aumentaram 38,2% em relação a 2019. Verificaram-se ainda 3.239 desastres com este tipo de veículos em 2023, enquanto em 2022 tinham ocorrido 2.995 sinistros com velocípedes e 2.344 desastres em 2019.

Relativamente ao ano 2019, quando morreram 20 pessoas em acidentes com bicicletas e trotinetes, no ano passado assistiu-se a um agravamento de 30% deste indicador.
Somando o total de vítimas (juntando mortos, feridos graves e feridos ligeiros), chegamos a este gráfico:

Considerando as vítimas totais por categoria de veículo, verificou-se que, em 2023, 54,2% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro (-11,9% e +4,9% face a 2019 e 2022, respetivamente), enquanto 21,1% circulava em motociclos (+26,2% e +17,3% face a 2019 e 2022, respetivamente) e 7,2% em velocípedes (+41,9% e +10,1% comparando com os mesmos anos). Houve uma descida de 14,9% nos peões vítimas face a 2019, apesar da subida de 2,7% face a 2022.
Foto: Theen Moy/Flickr