Os portugueses estão a reciclar menos vidro. Em 2023, foram recuperadas, a nível nacional, 217.514 toneladas de embalagens de vidro, o equivalente a 21 kg por pessoa, o que representa um decréscimo de 3% em relação a 2022. O total nacional diz respeito não só ao material depositado no ecoponto, mas também ao que foi resgatado do lixo indiferenciado.

Estes valores são insuficientes para Portugal cumprir a taxa de recolha de embalagens de vidro imposta pela União Europeia, que é atualmente de 56% e que passará, já no próximo ano, para 70%.

As embalagens usadas de plástico, papel/cartão e metal que foram recolhidas permitem cumprir, pelo menos por enquanto, as metas estabelecidas para cada um destes materiais, mas as diretrizes de Bruxelas impõem que até final de 2025 devem ser reciclados, globalmente, pelo menos 65%, em peso, de todos os resíduos de embalagens, o que coloca uma pressão adicional sobre o sistema de gestão e reciclagem de embalagens em Portugal.

Isto significa que sem alavancar significativamente a recolha e reciclagem de embalagens, em particular de embalagens de vidro, Portugal não conseguirá atingir a meta global de reciclagem de embalagens.

Estes e outros números constam do Relatório Executivo de 2023 do Electrão, referente às suas três áreas de atuação: embalagens, pilhas e baterias e equipamentos elétricos usados, que está disponível online.

Pelo quarto ano consecutivo o Electrão investe neste exercício de transparência que destaca os resultados do Electrão com recurso a infografias, imagens e vídeos para comunicar os resultados de forma mais simples e apelativa.

O Relatório faz também referência aos temas mais críticos e que são determinantes para um melhor desempenho ambiental de Portugal, como é o caso da recolha e reciclagem de vidro, e aponta estratégias para aumentar a recolha, através de projetos a desenvolver em colaboração com o canal HORECA, que inclui os hotéis e restaurantes, mas também as cafetarias e serviços de caterings e que constitui um setor de forte concentração de produção de vidro de embalagem.

Outras estratégias passam pela articulação com ações de limpeza urbana e pela aposta na recuperação de materiais a partir dos resíduos indiferenciados.

“Se Portugal ambiciona cumprir as metas que foram estabelecidas para a gestão dos resíduos urbanos tem, necessariamente, que trabalhar os dois fluxos – o seletivo e o indiferenciado – e a partir daqui promover a recolha multimaterial e a separação de diferentes famílias de materiais para potenciar a reciclagem”, sublinha o CEO do Electrão, Pedro Nazareth.

Com a recolha seletiva de biorresíduos “os materiais que erradamente continuam a ser depositados no contentor indiferenciado – não obstante o enorme esforço de sensibilização dos últimos 20 anos – ficarão livres de contaminantes e será mais fácil recuperá-los para reutilização”, sublinha Pedro Nazareth.

O Electrão é também membro fundador da Plataforma Vidro +, uma iniciativa colaborativa que envolve vários agentes da cadeia de valor do vidro de embalagem, comprometidos em desenvolver ações para tornar Portugal um país de referência na recolha e reciclagem das embalagens de vidro e na incorporação de vidro reciclado na produção de novas embalagens na transição para uma economia mais circular.

Os trabalhos desenvolvidos têm vindo a demonstrar que existe um potencial de crescimento significativo da recolha e reciclagem de vidro pelo que urge procurar soluções múltiplas que permitam aumentar as taxas alcançadas.

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