A “intermodalidade e a interligação de serviços” serviram como mote para a 2ª edição das Jornadas Ibéricas pela Ferrovia, que reuniu dezenas de especialistas, onde foram discutidos diversos aspetos da rede ferroviária ibérica, desde as plataformas rodoferroviárias para mercadorias, o plano de serviço ibérico para passageiros e ainda as infraestruturas necessárias para conectar as cidades ibéricas.
No evento, foi considerado como “imperativo que sejam tomadas medidas com o objetivo de tornar os tempos de viagens através da ferrovia competitivos com as viagens aéreas, uma vez que 15% a 20% dos movimentos aéreos de Lisboa e do Porto destinam-se a cidades da Península”.
Neste evento, foram propostos para 2025 serviços diretos de longa distância na ferrovia entre Madrid e Lisboa, em formato diurno, e noturno para Barcelona. Também foram sugeridos serviços diretos entre Madrid e Porto via Salamanca e Fuentes de Oñoro, assim como serviços regionais entre Badajoz e Lisboa, e na costa atlântica, no eixo Porto-Vigo-Santiago-A Corunha.
A 2ª edição das Jornadas Ibéricas pela Ferrovia, realizaram-se no passado fim de semana, em Lisboa.
As Jornadas Ibéricas pela Ferrovia deram todo o apoio ao pedido da CP para organizar um serviço noturno entre Lisboa e Madrid, assim como recuperar a ideia de uma ligação noturna entre Lisboa e Hendaya, para París.
A 2ª edição das Jornadas Ibéricas pela Ferrovia foi promovida pela Aliança Ibérica pela Ferrovia, uma plataforma que junta 21 organizações sociais, sindicais, económicas e ambientais de Portugal e Espanha com o objetivo de melhorar os serviços ferroviários em toda a península ibérica, e organizado pela Associação Zero.
“A ferrovia deve estruturar o transporte ibérico de mercadorias que representa cerca de 40% das emissões de dióxido de carbono da mobilidade terrestre e do consumo de combustíveis rodoviários. A eletrificação da logística tem um papel muito significativo na descida rápida do impacto climático do sector dos transportes nos dois países, e a rápida infraestruturação ferroviária dos portos, bem como a constituição de plataformas rodoferroviárias junto dos grandes centros geradores de carga são absolutamente decisivas”, foi defendido.
Para os participantes deste evento, o desenvolvimento das infraestruturas em falta deve ser acelerado para reduzir o uso do transporte rodoviário e eliminar as viagens aéreas nas curtas distâncias: “Portugal não deve repetir os erros de Espanha, desenvolvendo a rede transeuropeia principal que liga portos, aeroportos e grandes centros urbanos, sem ter em conta a sua conexão com a rede convencional, que deve continuar a sofrer melhorias nas suas diferentes dimensões, nomeadamente na acessibilidade às estações através de corredores pedonais, cicláveis e de transporte público rodoviário”, referem os responsáveis da associação Zero.