Tiago Elias
Tiago Elias
Country Manager da TRACKiT

Um claro exemplo de mobilidade conectada são as empresas de aluguer de veículos, que usam a tecnologia para manter o valor dos seus activos, optimizar a sua operação e reduzir a sua pegada de carbono. Também ao nível empresarial existem já muitos exemplos de criação de novas ofertas de mobilidade, alinhadas com as respectivas políticas ESG, tanto no sector privado como no público, inclusive em empresas com grandes frotas operacionais, que pretendem gerir a sua actividade de forma mais eficiente e eficaz.

Mobilidade conectada: dados que geram valor

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A mobilidade é um dos sectores que se encontra em mudança constante e no qual surgem novidades com alguma frequência. Novidades que podem estar relacionados com o aparecimento de start ups ou de inovações proporcionadas por novas tecnologias, adaptações legislativas ou pela existência de diferentes opções de transporte, entre outros aspectos. 

E arrisco-me a dizer que a mobilidade tende a assumir um importante papel perante números que impressionam: circulam em todo o mundo cerca de 1.3 mil milhões de veículos, muitos dos quais de uso particular, como relatado no estudo “The future of Mobility” da McKinsey (Abril 2023) e, por outro lado, 70% da população mundial estará a viver em cidades até 2050, segundo o World Economic Forum.

Dados que fazem pensar, mas que também impulsionam o desenvolvimento permanente do sector da mobilidade, uma vez que que a conectividade potencia em elevada escala a existência de uma mobilidade mais sustentável, com maior capacidade de resposta aos desafios com os quais as cidades se deparam, como a elevada circulação de veículos, cujos efeitos ambientais e económicos podem e devem ser mitigados através do desenvolvimento de soluções de smart & shared mobility, que permitem idealizar (e concretizar) cidades mais sustentáveis. Acredito que este será um dos eixos futuros das nossas cidades, nas quais já é possível observar a mobilidade conectada em muitas organizações. 

Um claro exemplo de mobilidade conectada são as empresas de aluguer de veículos, que usam a tecnologia para manter o valor dos seus activos, optimizar a sua operação e reduzir a sua pegada de carbono. Também ao nível empresarial existem já muitos exemplos de criação de novas ofertas de mobilidade, alinhadas com as respectivas políticas ESG, tanto no sector privado como no público, inclusive em empresas com grandes frotas operacionais, que pretendem gerir a sua actividade de forma mais eficiente e eficaz. Em qualquer dos casos cumprindo sempre com o RGPD, e, quando é o caso, cumprindo também com a legislação da circulação de pesados.

Voltando à smart & shared mobility, o segmento corporativo tem uma grande probabilidade de crescimento e terá vantagens na sua adoção. Vantagens que se relacionam com uma gestão mais eficaz do uso de cada viatura, sobretudo em frotas de maior dimensão.

E porque a conectividade gera dados, a recente entrada em vigor, a 11 de janeiro deste ano, do Regulamento sobre Data Act (também conhecido como Lei dos Dados) esclarece quem pode criar valor a partir de dados e as condições para o fazer. Regulamento que, aliado à já existente Lei de Governação de Dados, irá facilitar o acesso fiável e seguro dos dados, fazendo com que os produtos conectados sejam desenvolvidos e produzidos de forma a permitir aos utilizadores, sejam empresas ou consumidores, aceder, utilizar e partilhar de forma fácil e segura os dados gerados. O que é fundamental quando falamos em grandes frotas na era da Internet of Things.

Ainda no campo da legislação importa realçar a obrigatoriedade da caixa negra como parte integrante dos equipamentos de segurança dos automóveis para frotas empresariais. Apesar de a obrigatoriedade estar em vigor desde julho de 2022 para novos modelos homologados, de acordo com o Regulamento da União Europeia 2019/2144, esta só se tornará efectiva para automóveis recém-registados a partir de 7 de julho deste ano e para veículos pesados a partir de 2029. Obrigatoriedade que demonstra o reconhecimento do papel que os dados desempenham na evolução do sector da mobilidade conectada.

O presente e o futuro da mobilidade conectada são feitos de dados e de uma análise exaustiva e capaz de gerar valor para a economia e para a sociedade.

Foto de destaque de Tobias na Unsplash

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