
Poucos dias depois de o executivo da União Europeia (UE) ter ameaçado aplicar tarifas suplementares à importação de veículos elétricos por parte de fabricantes chineses devido às subvenções anti-concorrenciais que as autoridades chinesas lhes concedem, Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia responsável pela tutela do comércio, refere à agência Lusa que a União Europeia está “disponível para encontrar uma solução mutuamente disponível com a China”.
Em outubro do ano passado, a UE iniciou uma investigação às subvenções estatais chinesas a fabricantes de automóveis elétricos que entraram rapidamente no mercado da UE e que são vendidos a um preço bastante menor do que os dos europeus.
Na semana passada, a Comissão Europeia ameaçou aumentar, a partir do início de julho, as tarifas das importações de veículos elétricos da China para a UE, após ter concluído provisoriamente haver práticas desleais de Pequim em benefício de construtores chineses.
A China reagiu, ameaçando apresentar uma queixa à OMC, caso Bruxelas decida impor essas sobretaxas.
Este responsável europeu diz que “a imposição de tarifas não é o único resultado possível desta investigação”, afirmando que “um terreno comum ou mútuo”, que passaria por exemplo pela retirada das subvenções estatais aos fabricantes chineses de carros elétricos ou pela garantia de que estas não se aplicam às empresas exportadoras para a UE.
“Esta é também uma forma de resolver a situação”, adianta Valdis Dombrovskis, acreditando ser “possível” alterar o comportamento chinês.
Para Valdis Dombrovskis, “quando vemos a situação em que se encontram os subsídios da China que distorcem o comércio, causando riscos para a indústria europeia, temos de atuar, mas nós atuamos de uma forma ponderada e compatível com a OMC [Organização Mundial do Comércio], por isso não vemos qualquer base para conflitos comerciais”.