A pobreza energética é particularmente grave em Portugal, onde, em 2022, cerca de 1,7 milhão de pessoas sofria de frio, em casa, no inverno, e mais de um terço da população vive em casas demasiado quentes no verão.
Para combater este flagelo, a Fundação Calouste Gulbenkian criou o Ponto de Transição, um projeto-piloto de resposta local para mitigar a pobreza energética.
Este projeto foi realizado pela Gulbenkian em parceria com a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida (ENA), o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE) da FCT – Universidade NOVA de Lisboa e a Associação das Agências de Energia e Ambiente (RNAE) e com a colaboração com vários municípios.
Entre 2022 e 2023, o Ponto de Transição disponibilizou, na região de Setúbal, uma one-stop shop instalada um contentor marítimo reutilizado, onde foram prestados serviços às populações locais, designadamente aconselhamento sobre consumo e fatura de eletricidade e gás, informações e apoio à eficiência energética, das habitações, avaliações energéticas gratuitas e apoio à candidatura a vários apoios existentes.
“Durante os 14 meses em que vigorou o projeto-piloto, ficou claro que as famílias mais vulneráveis, em situação de pobreza energética, precisam de apoio especializado e de proximidade para não ficarem para trás na transição para um futuro mais sustentável”, afirma a Gulbenkian.
Este piloto, promovido pela Fundação Gulbenkian, foi, entretanto, identificado como um exemplo de boas práticas na Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2023-2050.
O projeto está agora a ser replicado em novas localizações, com financiamento do setor privado e da Comissão Europeia, para aumentar o impacto junto da comunidade.
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