Inspirado pelas conquistas de Elon Musk, fundador da Tesla, Flávio Figueiredo Assis vendeu um negócio de cartões de alimentação, Lecard, que ostentava vendas anuais de superiores a mil milhões de euros, para financiar seu novo empreendimento, Lecar, uma fábrica de veículos elétricos.

Fundada em 2022, a Lecar prepara-se para se tornar a primeira fabricante de veículos elétricos do Brasil. A empresa recrutou uma equipa de 30 engenheiros com experiência em grandes empresas automotivas como Ford, Toyota e Nissan para trabalharem na fábrica localizada no Sul do país.

O modelo de estreia da Lecar, o LECAR 459, utilizará baterias da Winston Battery, fornecedora de gigantes da indústria como VW e Hyundai. Espera-se que o tenha uma autonomia de 400 km por carga. O empreendedor brasileiro quer ainda ter um modelo urbano, o Lecar Pop, com uma autonomia de 250 km e capacidade para cinco passageiros.

lecar

O LECAR 459 passará primeiro por testes rigorosos em Londres quanto a impacto, aerodinâmica e segurança no Programa de Avaliação de Novos Carros para a América Latina (LATIN NCAP). A produção está prevista para começar em dezembro, com meta inicial de produzir 300 carros por mês até 2025, visando receitas de que ascendem aos 200 milhões de euros. Dentro de cinco anos, a Lecar tem como meta uma produção anual de 50.000 veículos e receitas de 15 mil milhões de euros. A empresa também oferecerá um plano de assinatura, com aluguer de 36 meses por cerca de 3% do preço de venda, com franquia de 1.000 km/mês.

Uma parte significativa da estratégia da Lecar é estabelecer uma infraestrutura de carregamento robusta. A empresa tem ainda como objetivo instalar estações de carregamento rápido ao longo das dez principais rodovias do Brasil, abrangendo mais de 36 mil km. Estas estações serão instaladas a cada 200 quilómetros, garantindo uma cobertura abrangente para veículos elétricos em todo o país.

O plano de investimentos contempla ainda a construção de uma fábrica de células de bateria no Brasil, aproveitando os recursos minerais do país. “Temos 97% dos minerais que compõem as células das baterias em nosso país”, afirma, destacando o potencial do Brasil no mercado de veículos elétricos.

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