A Fundação Terra Agora já está a avançar no seu compromisso com o restauro ecológico, tendo em marcha a regeneração de um terreno com 1.600 hectares em Idanha-a-Velha, no distrito de Castelo Branco e procura, agora, novos terrenos e projetos-guardiões, que serão orientados por uma entidade que se propõe a regenerá-los ao nível ambiental e social, envolvendo também a comunidade. Recentemente, os ministros do Ambiente dos
países da União Europeia (UE) aprovaram a Lei do Restauro da Natureza, definindo como meta a recuperação de pelo menos 30% dos habitats em mau estado até 2030, 60% até 2040 e 90% até 2050, reforçando a importância da atuação urgente no terreno.
Em Portugal, a Fundação está comprometida em recuperar e valorizar as paisagens naturais nacionais, contribuindo para o objetivo definido pela UE, e já iniciou as atividades através do projeto Idanha-à-Vida, do guardião PlantarFuturo.
Reconhecida pelo Governo português no início de 2024, a Fundação Terra Agora tem como missãoadquirir terrenos, seja através da compra ou de doação, e neles promove projetos inovadores de conservação e regeneração da natureza, através de entidades que se tornam seus Guardiões. Os terrenos adquiridos não podem, depois, voltar a ser vendidos nem usados para quaisquer fins especulativos.
“A nossa principal missão após a aquisição dos terrenos é encontrar pessoas e comunidades dedicadas a preservá-los e regenerá-los ao longo das próximas gerações. A Fundação atua como alicerce, garantindo que têm todo o apoio necessário para criar e implementar projetos com grande impacto ecológico e socioeconómico. A par e passo, estaremos também ativos no campo da sensibilização e partilha de aprendizagens com a comunidade e as próprias escolas, assim como sendo agentes participativos que contribuam para a elaboração de novas políticas públicas”, explica Ivan Sellers, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Terra Agora.
Neste projeto, desenvolvido pela empresa PlantarFuturo, pretende-se, a longo prazo, reunir os esforços e a sabedoria coletiva para promover a regeneração e o bem-estar ecológico, social e económico naquela biorregião.
“De momento, o projeto Idanha-à-Vida conta com uma equipa de nove profissionais dedicados a várias atividades regenerativas. Na área do restauro ecológico, e sob consultoria de Justin Roborg-Söndergaard, temo-nos dedicado à reflorestação do território e à produção de azeite em modo biológico com integração de animais de pasto. Na vertente socioeconómica, através de atividades artísticas, encontros e oficinas, esforçamo-nos por resgatar tradições e fortalecer os laços humanos. Visamos assim valorizar a comunidade existente e criar novas e atrativas oportunidades sociais e económicas que restaurem a esperança e o sonho neste território envelhecido e despovoado”, refere Flávio Sambento, gestor do projeto Idanha-à-Vida.
Com planos de crescimento, a Fundação Terra Agora continua ativamente à procura de novos terrenos, grandes ou pequenos, para expandir a sua atuação, e de entidades e projetos-guardião alinhados com os seus objetivos. Através de um modelo de propriedade perpétua, a Fundação oferece o enquadramento legal para que o trabalho de conservação e regeneração possa ser feito sem interrupções ou perturbações. Os projetos-guardião devem apresentar retornos num horizonte de 175 até 300 anos em cinco tipos de capitais – natural, social, humano, construído e financeiro – fomentando o desenvolvimento local regenerativo, e a Fundação Terra Agora presta apoio para a sua elaboração.
Fotografia: Fundação Terra Agora