Desde o dia 1 de julho que entrou em vigor a norma europeia ECE-R117-04 que pretende garantia que os pneus usados sejam tão seguros em piso molhado como um pneu novo, até que seja atingido o seu limite legal de desgaste (1,6 mm).

Ou seja, até aqui, os critérios de homologação de pneus apenas se aplicavam a pneus novos. A partir de agora, também se aplicam a pneus com 1,6 mm de sulco.

A medida tem uma preocupação ambiental, na medida em que 50% dos pneus a nível mundial são desmontados antes de ter sido alcançada uma profundidade residual de 3 mm do desenho da banda de rolamento, de acordo com um levantamento da Michelin.

Benefícios ambientais

O fabricante francês de pneus refere que, em todo o mundo, a cada ano, são prematuramente desmontados 400 milhões de pneus, pelo que esta norma tem o potencial de poupança de 35 milhões de toneladas de CO2, o que equivaleria às emissões de uma cidade como Nova Iorque durante seis meses. A aplicação desta normativa poderá reduzir a procura de pneus novos na Europa em 128 milhões de unidades anuais, o que traduziria uma redução das emissões de CO2 de 6,6 milhões de toneladas.

Além disso, a mesma medida também poderá beneficiar a “carteira” dos condutores europeus, já que poderiam poupar quase 7000 milhões de euros por ano, ainda tendo em conta os dados do relatório da Ernst & Young, intitulado “Nenhuma fatalidade por obsolescência programada”, de maio de 2017.

Garantia de segurança

Comentando a medida, a Michelin mostra-se apoiante da nova normativa europeia R117-04, relativa às prestações dos pneus novos para automóveis uma vez desgastados: “Esta normativa, que entrou em vigor no passado dia 1 de julho de 2024, não só garantirá uma maior segurança nas estradas, como responderá aos desafios de preservação do planeta, e do poder de compra dos automobilistas europeus”, aponta o construtor.

Para o Grupo Michelin, é essencial informar os consumidores da importância das prestações dos seus pneus usados. “Esta transparência é tanto mais essencial quanto algumas das prestações dos pneus se deterioram com o tempo, sobretudo em termos de segurança”, assinala a Michelin.

A nova disposição europeia inclui um teste regulamentar para melhorar a segurança rodoviária, ao mesmo tempo que incentiva os automobilistas a confiarem nas prestações dos pneus até que estes alcancem o mínimo legal de 1,6 mm de profundidade do piso.

Testes realizados

O teste de travagem sobre piso molhado, adotada pelas autoridades europeias, mede a distância necessária para que um veículo desacelere de 80 a 20 km/h sobre uma superfície padrão, com uma altura de água de um milímetro. Além destas características específicas, este teste inclui outros parâmetros, como o coeficiente de aderência da estrada, ou a temperatura ambiente.

Os testes sobre piso molhado já estão em vigor para definir o limiar de segurança dos pneus novos, de acordo com os regulamentos, e contam com um amplo reconhecimento por parte da indústria dos pneus. “Também respondem às situações mais extremas que um automobilista pode encontrar na estrada”, reforça a Michelin.

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