A humanidade esgota esta quinta-feira os recursos do planeta disponíveis para este ano, começando a consumir recursos de 2025, alerta a organização internacional “Global Footprint Network”.

O chamado Dia da Sobrecarga do Planeta significa que a procura da humanidade por recursos naturais ultrapassa a capacidade de o planeta os regenerar, pelo que a partir desta quinta-feira os humanos vivem “a crédito”.

Segundo os cálculos da organização internacional de sustentabilidade, pioneira da pegada ecológica, a humanidade está a utilizar a natureza 1,7 vezes mais depressa do que os ecossistemas do planeta conseguem regenerar.

A utilização excessiva de recursos compromete os oceanos, leva à desflorestação, à erosão dos solos, à perda de biodiversidade e ao aumento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, responsável pelo aquecimento global, que provoca fenómenos meteorológicos extremos e o aumento da insegurança alimentar, alerta a organização.

Praticamente sempre a diminuir

O indicador da pegada ecológica começou a ser feito em 1971, quando os recursos davam para praticamente o ano inteiro. A partir de 1984 os recursos já só chegavam a novembro e em 1993 apenas até outubro.

Desde esse ano a humanidade consumiu cada vez mais recursos, com apenas uma ligeira quebra de consumo em 2020, explicada pela pandemia. Este ano, o 1 de agosto (um dia antes de 2023) é um novo recorde.

Comentando estes factos, a associação ambientalista Zero destaca que “nos últimos anos a tendência é de estagnação”. Para a Zero, “é possível que esta tendência se deva aos esforços de descarbonização e a um conjunto de políticas que visam promover o respeito pelos limites do planeta, muito embora possa também estar a ser influenciada por alguma desaceleração económica nos últimos anos. De qualquer modo, esta tendência é insuficiente para alcançar os objetivos do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPPC) de reduzir as emissões de carbono a nível mundial em 43% até 2030 (tendo por referência 2010). Para que tal seja possível, teremos de retirar 19 dias em cada um dos próximos sete anos”, conclui.

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