A start-up alemã Volocopter está empenhada no negócio de táxis aéreos e tinha chegado a planear realizar voos experimentais em Paris, durante os Jogos Olímpicos. No entanto, apesar destes ensaios nas olimpíadas se terem gorado por falta de certificação por parte do regulador da aviação na União Europeia, foram organizadas, nesta semana final dos Jogos de Paris, demonstrações de voo a 50 metros de altitude com um protótipo, sem passageiros, no aeródromo de Saint-Cyr-l’Ecole, na região da capital francesa, a poucas centenas de metros do parque Château de Versailles, local da competição olímpica de hipismo.
Em 9 de julho, o Governo francês tinha confirmado a autorização de voos experimentais de táxis aéreos durante os Jogos de Paris 2024, com essa autorização a ser válida de 26 de julho a 11 de agosto, das 08:00 às 17:00 (hora local). Se os serviços fossem vendidos, iam custar entre 105 a 140 euros.
Estavam previstas três linhas, uma das quais uma ligação entre uma barcaça junto à estação ferroviária de Austerlitz e o heliporto de Issy-les-Moulineaux.
A Volocopter não obteve a certificação da Agência Europeia para a Segurança da Aviação a tempo dos Jogos Olímpicos, devido a um “atraso de algumas semanas” ligado aos motores, explicou o diretor-geral executivo do Groupe ADP, Edward Arkwright.
O responsável da Volocopter, Dirk Hoke, atribuiu o atraso a “um subcontratado norte-americano que não foi capaz de cumprir o que prometeu”.
Os motores para equipar a máquina tiveram de ser enviados de volta para os EUA para serem verificados e “vão regressar na próxima semana, mas não a tempo de fazer os voos” experimentais antes do final dos Jogos Olímpicos, no domingo, admitiu Hoke.
O gestor aeroportuário Groupe ADP e a Volocopter disseram à agência de notícias France-Presse que pretendem voar “até ao final do ano” a partir de uma plataforma flutuante no rio Sena.
As aeronaves são de propulsão elétrica, integrando-se no conceito de electric Vertical Take-Off and Landing (eVTOL). Estes veículos, de dois lugares, um dos quais do condutor, são fabricados pela Volocopter, criadora do modelo Volocity.
A Câmara Municipal de Paris referiu-se, no entanto, à iniciativa como “uma aberração ecológica” e disse que ponderava recorrer aos tribunais para a travar.
“Este Governo não tem legitimidade para ir contra o que já foi decidido na autarquia”, comentou na altura o vereador da mobilidade, David Belliard.