Milhares de pessoas entregaram mais de 7,2 milhões de garrafas de plástico em troca de material escolar em Santo Domingo, em resposta a uma iniciativa das autoridades da capital dominicana de consciencialização ambiental.
Quase 12 horas depois do início da campanha “Plásticos para crianças em idade escolar”, o município local disse ter recolhido mais de 7,2 milhões de garrafas, o que representa mais do dobro do número de recipientes recebidos em janeiro, na quarta edição do “Plástico por Brinquedos”, também uma iniciativa da autarquia.
Em compensação pelas garrafas recebidas, foram entregues 14.462 kits escolares, composto por uma mochila de diferentes cores com material escolar, incluindo um ‘tablet’, auscultadores, cadernos, réguas ou lápis.
Para muitos participantes, os materiais fornecidos são essenciais para que as crianças mais pequenas possam começar a escola com tudo o que precisam.
Famílias inteiras acamparam durante duas noites em redor da Câmara Municipal para entregar grandes sacos cheios de garrafas de água, pesados e trocados pelo material escolar, por entre numerosos agentes de segurança, polícias e voluntários.
A presidente da Câmara, Carolina Mejía, destacou o duplo papel da iniciativa: educacional e ambiental, para consciencializar as crianças sobre a importância da reciclagem, salientando a adesão da população, a superar as expectativas, a uma campanha que decorreu sob calor intenso.
O plástico recolhido vai ser encaminhado para a Fundação Botellitas de Amor e utilizado para fazer mobiliário de madeira sintética para locais como parques infantis.
Mar de lixo que deu à costa
Em 2018, uma equipa da ONG Parley Oceans, que se dedica à conservação dos oceanos, empenhou-se na recolha de detritos que deram à costa na praia de Montesinos, em Santo Domingo, capital da República Dominicana. Tratava-se de um manto de lixo a boiar no mar trazido por uma tempestade tropical. A ONG trabalhou com elementos da marinha, das forças armadas e funcionários públicos e recolheu 30 toneladas de plástico em apenas três dias.
“No passado enviávamos postais de praias mágicas e palmeiras. Agora, são ondas de resíduos plásticos. A menos que façamos alguma coisa agora, a geração futura não irá acreditar que os cenários dos postais alguma vez tenham existido. Estamos a pedir uma Revolução Material – o plástico tem de desaparecer”, afirmava, na altura,Cyrill Gutsch, fundador da Parley Oceans.