Os construtores de automóveis não estão apenas preocupados em descarbonizar a sua oferta de modelos, através do lançamento de viaturas elétricas. Também estão a procurar descarbonizar toda a sua cadeia de produção.
A Audi é um desses casos, cuja totalidade dos modelos fabricados na unidade de Neckarsulm, serão neutros em carbono a partir de 2025.
Neckarsulm tem vindo, aliás, a receber vários melhoramentos para descarbonizar e para se tornar mais sustentável.
Até 2025, Neckarsulm, tal como todas as fábricas da Audi em todo o mundo, deverá alcançar uma produção neutra em CO2.
A Audi define a neutralidade de CO₂ no balanço como um estado em que, após esgotar todas as possíveis medidas de redução em relação às emissões de CO₂ causadas pelos produtos ou atividades da Audi, as emissões de CO₂ que ainda estão presentes e/ou atualmente inevitáveis na cadeia de fornecimento, produção e reciclagem dos veículos Audi são compensadas, pelo menos em termos de quantidade, por projetos de compensação voluntários realizados em todo o mundo. As emissões de CO₂ que ocorrem durante a fase de utilização de um veículo, ou seja, a partir do momento em que o veículo é entregue ao cliente, não são aqui consideradas.
Redução do consumo de energia na nova oficina de pintura
O que está, então, Neckarsulm a fazer para descarbonizar? Quando for concluída em 2025, a nova oficina de pintura da fábrica de Neckarsulm será uma das mais modernas da indústria automóvel, refere a Audi. Embora as tintas sustentáveis à base de água sejam há muito um padrão na Audi, os modelos mais recentes também passam por um novo processo de pintura. O primário é substituído por uma tinta que pode ser aplicada diretamente sobre a camada base ainda húmida. A secagem separada do primário, anteriormente necessária, já não é exigida, permitindo à marca dos quatro anéis reduzir significativamente o consumo de energia: até 140 kWh podem ser economizados por veículo.
Em Neckarsulm, um novo processo, mais eficiente em termos energéticos, também é utilizado para secar o revestimento por imersão catódica. Em vez do processo de secagem externo anterior, é agora utilizado um processo de secagem transversal. O ar é insuflado no interior, e a carroçaria é aquecida de dentro para fora. “Além de ser mais eficiente em termos energéticos, o secador transversal é mais adequado para os futuros veículos elétricos e híbridos e para as suas estruturas de piso reforçadas”, esclarece o construtor.
A Audi alcança igualmente uma poupança adicional de cerca de 50 kWh por veículo graças a um novo processo de separação de tinta. Anteriormente, a névoa de tinta era recolhida em água com 100% de ar fresco e descartada. No novo processo de separação a seco, a névoa de tinta é capturada por filtros de última geração. Este processo permite que mais de 90 por cento do ar filtrado seja reutilizado, eliminando em grande parte a necessidade de ar fresco condicionado, que é intensivo em termos energéticos. Ao mesmo tempo, em contraste com a separação húmida convencional, o uso de água potável e produtos químicos é eliminado.
Uso sustentável de água na produção
A Audi ainda tem como objetivo reduzir para metade o seu consumo de água na produção até 2035. Para alcançar esta meta, o fabricante em Neckarsulm contam com um ciclo fechado de água, utilizando a estação de tratamento de águas residuais da Associação de Águas Residuais de Unteres Sulmtal, adjacente à fábrica. Novas tubagens e tecnologias de tratamento garantem que não será retirada mais água de processo do canal próximo do rio Neckar. Isto permitirá economizar até 70% de água potável a partir de 2025. A Audi tratará ainda mais a água purificada pela estação de tratamento de águas residuais com a ajuda de sistemas de filtros e membranas. A água do processo retornará então à estação de tratamento. No ano passado, a Audi aderiu à Aliança para a Gestão Sustentável da Água, sublinhando o seu compromisso com o uso económico e eficiente da água.