Nos dias 14 e 15 de setembro, a Cidade do Zero está de volta. Depois do sucesso da sua última edição, com mais de 20 mil visitantes em dois dias, o evento muda-se este ano para Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa, aproveitando a sua envolvente natural e ocupando o interior e o exterior do Pavilhão de Exposições do ISA. 

Aprender sobre as alterações climáticas, investimento de impacto, biodiversidade ou o futuro da alimentação. Reparar fatos de surf, bicicletas, vestuário, equipamentos elétricos ou eletrónicos com as próprias mãos. Descobrir como não ‘assassinar’ as plantas, como fazer uma horta em casa, cozinhar com sobras e reaproveitar alimentos. Trocar roupas, livros, material escolar e bicicletas, ou comprar produtos novos de marcas éticas, mas também artigos em segunda mão. Há uma Reading Party, para ‘book lovers’ e para os mais pequenos há convívios com galinhas, oficinas com lã de ovelha e até um curso de finanças, para crianças do primeiro e segundo ciclo. Estes são alguns dos atrativos da Cidade do Zero.

A Cidade do Zero tem como missão demonstrar como seria vivermos numa cidade efetivamente sustentável e inclusiva.

A edição 2023 decorreu no CCB, em Belém, Lisboa.

A iniciativa é pensada para todos e para todas as idades, de entrada gratuita, preparada para pessoas com mobilidade reduzida e os animas de companhia são bem-vindos em todos os espaços do evento.

“Nesta terceira edição a Cidade do Zero ganha dimensão em todas as suas vertentes”, afirma Catarina Barreiros, coorganizadora do evento. “Teremos um maior número palestras e mesas redondas, mais workshops, showcookings e oficinas, mais marcas no mercado e mais opções na restauração”, avança. “Também vamos ter uma zona de relvado, ótima para conviver e descansar, que inclui um espaço para apoiar grávidas e pais com bebés de colo, e mais atividades para crianças e famílias, tornando a ‘cidade’ ainda mais inclusiva e divertida para todas as idades”.

Workshops vários

Com o objetivo de ensinar sustentabilidade através de diferentes experiências e de uma forma cativante, a Cidade do Zero apresenta, novamente, uma agenda de workshops, uma zona de showcookings, e várias oficinas de reparação e “faça você mesmo”/”Do It Yourself (calçado, roupa, pequenos eletrodomésticos, bicicletas). Conta, ainda, com diversos espaços com palestras, debates e mesas redondas que abordam o tema da sustentabilidade ambiental e social nas suas várias dimensões, contando com a partilha e o know-how de profissionais e especialistas das áreas da ciência, ambiente, saúde, engenharia, economia, política, alimentação e biodiversidade, entre outras.

Ambiente geral no CCB, onde foi organizada a 2ª edição desta iniciativa, no ano passado.

À semelhança da edição anterior A Cidade do Zero funciona entre as 10h000 e as 19h30.

Nesta 3ª edição, as palestras e mesas redondas vão decorrer em cinco espaços distintos, organizados por temas, que acolhem quatro sessões diárias cada um.

No interior do Pavilhão, encontram-se dois dos espaços: a Sala Grupo Ageas Portugal; que abordará temas como diversidade e inclusão, saúde e prevenção, e resiliência climática; e o Palco Planta Livre, que será dedicado a assuntos do âmbito da biodiversidade, casa e jardim, mas também de cidadania ativa, como é exemplo a palestra de “Pensamento critico” levada ao Palco Planta Livre, por José Maria Pimentel.

A psicóloga e sexóloga Tânia Graça, com o tema da Diversidade e Inclusão é um dos exemplos das palestras que vão acontecer na Sala Grupo Ageas Portugal e “Como deixar de ser plantassassino”, por Sofia Manuel (A Tripeirinha) é um dos vários temas para aprender no Palco Planta Livre.

A participação em todas as atividades é gratuita, mas será necessário fazer uma inscrição prévia.

Na zona exterior, são três as salas dedicadas a palestras e mesas redondas: Sala Pingo Doce, Sala GoParity e Sala The Loop. A Sala Pingo Doce focar-se-á em temas de alimentação, incluindo sistemas alimentares e biodiversidade. A Sala GoParity discutirá sistemas e mercados financeiros e de empreendedorismo de impacto e, por último, a Sala The Loop tratará dos assuntos do âmbito da circularidade e da tecnologia. “A resiliência dos sistemas alimentares” é um dos temas em agenda na sala Pingo Doce, “Como se mede um projeto de impacto?” é uma das palestras da Sala GoParity.

Sobre os temas em debate, a coorganizadora do evento avança: “Esta edição será marcada por um foco especial nas temáticas da alimentação e biodiversidade, refletindo o contexto do ISA. Vamos destacar a importância da transição para sistemas alimentares e produtivos mais sustentáveis, fundamental para a mitigação e adaptação às alterações climáticas”.

Praça das reparações para arranjar bicicletas

Economia Circular; Finanças sustentáveis; Saúde (incluindo a Saúde Mental e Saúde da Mulher); Envelhecimento Ativo; Resiliência Climática; Desperdício Alimentar; Energia Descentralizada e Renovável; Acessibilidade e Inclusão; Circularidade, Urbanismo & Arquitetura Sustentável; Cidadania & Ativismo; Moda Responsável; e Oceano são áreas que voltam a ter palco nesta 3ª edição.

Relativamente aos workshops de reparação e DIY, esta edição mantém as oficinas de reparação de bicicletas e de equipamentos elétricos e eletrónicos, sendo que aumentam significativamente as reparações de moda, passando a incluir 14 workshops de reparação, upcycling e costura. Chegam também novidades de workshops de reparação de fatos de desportos aquáticos, de neoprene e reparação de softboards. Sobre outros workshops, haverá também uma seção dedicada às manualidades, com workshop de Punch Needle, de lã de ovelha, de reparação de cerâmica através de Kintsugi e regressam, pela terceira vez, os workshops de reparação de calçado.

Por último a programação de showcookings vai trazer novamente ideias e receitas com mais saúde, mais sabor e com menos desperdício. Sofia Magalhães (Blog Da Spice) é uma das estrelas que regressa à cozinha da ‘cidade’ e Bárbara Oliveira, estreia-se no evento com “Receitas para reaproveitar”.

Mercado de marcas éticas, Mercado de trocas, Vendas em 2ª Mão e Restauração

A zona de mercado conta já com mais de 100 marcas confirmadas, sendo que todas as marcas presentes na Cidade do Zero são nacionais e destacam-se por um ou mais dos seguintes princípios: produção ética, impacto social, circularidade, gestão de resíduos e/ou trabalho com matérias-primas recicladas. Norm, Matterpieces, Natulium, Cura by the sea, Sereno Slow Studio, Angura e Bruga são algumas das novidades deste ano, juntando-se a tantas outras marcas da área da Moda, Calçado & Acessórios, Malas & Joalharia, Infantil, Desporto & Praia, Casa, Cosmética & Higiene e Limpeza que vale a pena conhecer melhor no site do evento. 

Relativamente ao Mercado de trocas, “tendo em conta que o ano passado esteve sempre lotado e foi um verdadeiro sucesso, nesta edição o espaço da Let’s Swap vai ser ampliado”, afirma Catarina Barreiros.  Mantem-se, a possibilidade de troca de roupa, de plantas e de bicicletas, com a Sempre a Rodar, e a Babyloop e a Book in Loop terão uma presença mais forte, oferecendo compra e venda de artigos de puericultura e material escolar em segunda mão, como livros e calculadoras gráficas. “Como o evento ocorrerá no período de regresso às aulas, teremos uma zona onde os visitantes poderão deixar e recolher artigos escolares, como mochilas, estojos e lápis”, avisa a coorganizadora.

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