A alemã FlixBus vai passar a operar a rota Lisboa-Porto com um autocarro 100% elétrico. O autocarro da marca Yutong tem autonomia para cerca de 400 km, e irá realizar duas viagens por dia, uma em cada sentido, sete dias por semana. Com a operação programada, este autocarro 100% elétrico vai permitir a poupança de, no mínimo, 150 toneladas de CO2 por ano. É carregado no final de cada viagem, sendo que o carregamento demora, em média, 2h45min (dos 20 aos 100%), usando a potência máxima disponível. O projeto, uma parceria com a AV Feirense, conta com o apoio da EDP, que fornece energia através de um ponto de carregamento nas instalações da EDP Labelec em Sacavém.
“Este é o primeiro autocarro de longa distância 100% elétrico a operar em Portugal, depois de um projeto-piloto que desenvolvemos em 2022, entre o Porto e Bragança. Vai operar entre Lisboa e Porto, naquele que é um dos mais concorridos corredores rodoviários do País. Ainda que pequeno, é um passo histórico para a descarbonização do transporte de passageiros de longa distância em Portugal”, afirma Pablo Pastega, diretor-geral da FlixBus em Portugal. “Claro, que este projeto só é possível com o apoio do nosso parceiro AV Feirense, e também da EDP, que nos disponibiliza um ponto de carregamento e eletricidade, apoio este que agradecemos desde o primeiro momento”, conclui este responsável.
“Inovar está no ADN da EDP, que tem sido pioneira na transição energética em Portugal, assim como no desenvolvimento da mobilidade elétrica. Assim, é com orgulho que somos parceiros da Flixbus e contribuímos para evitar emissões de carbono numa das rotas mais utilizadas diariamente no nosso país. É fundamental que haja cada vez mais parcerias entre empresas que querem contribuir para uma mobilidade sustentável em Portugal”, destaca Carlos Moreira, administrador da EDP Comercial com o pelouro da mobilidade.
A EDP foi pioneira no desenvolvimento da rede pública nacional e é um dos principais intervenientes na mobilidade elétrica. A empresa conta já com mais 3.300 pontos de carregamento contratados na rede pública em Portugal, com opções disponíveis em todos os distritos e em mais de metade dos concelhos do país. Desde que a EDP começou a investir no desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal, já foram realizadas mais de dois milhões de sessões de carregamento nos pontos da empresa ligados à rede pública. Estes carregamentos permitiram percorrer mais de 200 milhões de quilómetros apenas com recurso à eletricidade e evitaram mais de 20 mil toneladas de CO2 que seriam emitidas pelos veículos de combustão.
A FlixBus testou há dois anos o primeiro autocarro de longa distância 100% elétrico em Portugal, mas este acabou por fazer menos viagens do que as inicialmente previstas, já que não havia condições para o seu carregamento. “É impossível, para um investimento desta dimensão, levarmos seis ou oito horas a fazer uma carga completa. É um fator que tem de ser considerado em futuros investimentos nas redes de carregamentos para veículos pesados”, defende este responsável.
Este novo autocarro 100% elétrico insere-se no compromisso da Flix de descarbonização total da frota na Europa até 2040, muito antes do prazo estabelecido pelo Acordo de Paris. Para atingir estes objetivos, a Flix está a preparar a transformação progressiva da frota de autocarros dos seus parceiros, procurando combustíveis e tecnologias alternativas ao gasóleo, mais sustentáveis.
Flix adere à iniciativa SBTi
A Flix está em constante procura por novas formas de reduzir o seu impacto ambiental, estando comprometida com a iniciativa SBTi (Science-Based Target initiative), a fim de dispor de um quadro universal e cientificamente definido para avaliar os progressos das metas de descarbonização. Estas metas a curto prazo exigem que, até 2032, a Flix reduza as emissões de âmbito 1 e 2 (ou seja, as diretamente geradas pela Flix) em cerca de 54%, e a intensidade das nossas emissões de âmbito 3 (ou seja, as associadas à frota dos nossos parceiros de autocarros) em cerca de 41%. Uma vez que os objetivos de âmbito 3 são os que terão um maior impacto, é fundamental que se aumente a utilização de tecnologias e combustíveis alternativos para minimizar progressivamente a pegada de carbono da frota dos seus parceiros.
Estas ambiciosas metas de curto prazo exigem que a Flix aumente a utilização de tecnologias e combustíveis alternativos, a fim de reduzir progressivamente a pegada de carbono da frota dos seus parceiros. Embora ainda não esteja disponível uma tecnologia definitiva, neutra em termos de carbono, para operações de autocarros de longa distância, a empresa adotou uma abordagem diversificada, e nos últimos anos tem vindo a testar cinco tecnologias alternativas de combustível e de propulsão, com mais de 10 projetos-piloto na Europa e nos EUA, nomeadamente com autocarros elétricos a bateria, Bio-CNG e Bio-LNG, biodiesel e painéis solares. A Flix planeia também lançar em breve o primeiro projeto de pilha de combustível de hidrogénio da Europa, um projeto em parceria com a Freudenberg Fuel Cell e-power Systems e a ZF Friedrichshafen AG.