Depois de ter começado como Panasonic EV Energy Co. em 1996, a Primearth EV Energy (PEVE) sustentou a eletrificação da Toyota a partir da primeira geração do Prius (lançada em 1997), produzindo baterias para cerca de 25 milhões de veículos.
No seu discurso, o presidente Akio Toyoda refletiu sobre o percurso do seu antepassado Sakichi Toyoda (1867-1930), fundador da Toyota Industries, que dedicou a sua vida ao estudo das fontes de energia, tendo inventado o tear elétrico e, mais tarde, as baterias de armazenamento. Em 1925, Sakichi ofereceu um prémio de 1 milhão de ienes, ou seja, mais de 10 mil milhões de ienes na moeda atual (algo como 60 milhões de euros), para incentivar o desenvolvimento de baterias. O seu objetivo era obter baterias capazes de fazer voar um avião através do Oceano Pacífico. Ainda hoje, quase um século depois, o mundo ainda não criou uma bateria capaz de tal proeza. “Porque é que Sakichi investiu o seu dinheiro numa busca quixotesca por uma bateria que continua por realizar 100 anos depois? Para mim, a história tem duas mensagens”, afirma o presidente da Toyota que deu a sua leitura dos factos: “Uma é sobre o potencial das baterias como fonte de energia. Sakichi acreditava que a energia se tornaria um grande desafio para o Japão, onde o petróleo e outros recursos são escassos, e penso que ele viu uma grande promessa nas baterias de armazenamento que poderiam utilizar a eletricidade gerada pela energia hidroelétrica. A outra mensagem é sobre o potencial ilimitado da mente humana. Sakichi vivia com a convicção de que nada é impossível para sempre e que a inteligência e o engenho podem ultrapassar qualquer dificuldade”.
Em março último, a PEVE tornou-se uma subsidiária integral da Toyota em março. Agora, assumiu um novo nome, Toyota Battery, que assinala uma nova etapa para o construtor, na medida em que a nova empresa também se dedicará à produção de baterias para veículos elétricos a bateria, para além dos híbridos.
Com esta aposta, a Toyota assume que as baterias são a tecnologia mais importante para alcançar a neutralidade carbónica até 2050, o que, na prática, levará ao aumento da oferta 100% elétrica da Toyota e da Lexus.
Outro objetivo desta aposta é tentar tornar-se mais autossuficiente em matéria de fornecimento de baterias e contribuir igualmente para aumentar a competitividade do Japão neste importante campo dominado pela China e Coreia do Sul e numa altura em que a concorrência pelo investimento dos setores público e privado está a intensificar-se em todo o mundo, incluindo na Europa e nos EUA.
A inauguração desta nova era para a Toyota Battery foi assinalada por um evento, no Japão, no qual estiveram presentes cerca de 100 convidados.
A cerimónia teve lugar no Kosai Battery Park (Arai Plant), ao longo da chamada “Battery Road”, uma artéria chave que liga o centro da cidade ao nó de Okurado na Route 1, também conhecida como Hamana Bypass.
Na ocasião, o presidente da empresa, Masamichi Okada, agradeceu ao município e à cidade a criação do parque de baterias e da estrada.
Também se comprometeu a impulsionar a eletrificação do Grupo Toyota: “Escusado será dizer que contribuiremos para a estratégia multifacetada de tecnologias com baterias para HEVs (veículos híbridos elétricos), PHEV (veículos híbridos elétricos plug-in) e BEV (veículos elétricos a bateria), bem como baterias secundárias para veículos de célula de combustível. Além disso, queremos explorar todas as formas possíveis de apoiar o compromisso da Toyota de desenvolver veículos com motor a hidrogénio, incluindo o potencial das baterias para aumentar a autonomia de cruzeiro ou reduzir o tamanho do depósito de combustível.”
A PEVE foi lançada em dezembro de 1996. No momento do seu nascimento, a Toyota detinha 40% e a Panasonic Holdings era maioritária, com 60%. Em outubro de 2005 houve um aumento de capital devido à expansão do mercado dos híbridos, com a Toyota a passar a ter 60% do capital da empresa e a Panasonic a ficar com 40%. Em junho de 2010, a firma é renomeada para Primearth EV Energy Co., Ltd. O novo reforço de capital tornou a posição da Toyota ainda mais robusta, de 80,5%, ficando a Panasonic com 19,5%.