As empresas com melhores práticas de descarbonização a nível global, que representam cerca de 25% do universo de organizações inquiridas pela Boston Consulting Group (BCG), lucram mais de 200 milhões de dólares anuais, segundo o relatório “Boosting Your Bottom Line Through Decarbonization”, realizado pela BCG em parceria com a CO2 AI. Explica esta análise que estes lucros equivalem a mais de 7% das suas receitas totais, e são impulsionados pela redução dos custos de funcionamento, fruto de iniciativas centradas na eficiência, na redução de resíduos, na racionalização de materiais e da pegada ecológica, e na utilização de energias renováveis.

Embora a descarbonização ofereça benefícios financeiros atrativos às empresas, e que mais de metade (52%) destas acreditem que as suas emissões podem ser reduzidas entre 10% e 40% através da poupança de custos, o inquérito revela que o progresso corporativo neste domínio diminuiu em comparação com o ano passado. Neste contexto, apenas 9% das organizações afirmaram desenvolver e comunicar relatórios abrangentes das suas emissões carbónicas de âmbito 1, 2 e 3, um decréscimo de 1 ponto percentual (pp.) face a 2023. Além disso, revela ainda este inquérito, apenas 16% (contra 19% no ano anterior) estabeleceram objetivos para a redução de emissões dos três âmbitos, e 11% (contra 145 do ano anterior) conseguiram reduzir as emissões em linha com os objetivos definidos.

“Ainda poucas organizações estão a aproveitar estas oportunidades”, diz Manuel Luiz

“Apesar da crescente relevância da sustentabilidade no mundo corporativo e das potenciais vantagens financeiras que a redução de emissões pode trazer, ainda poucas organizações estão a aproveitar estas oportunidades. O atual contexto de mercado tem levado a um retrocesso no processo de descarbonização das empresas a nível global, levantando alguns sinais de alerta, mas também oportunidades de melhoria”, afirma Manuel Luiz, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa. “A adoção de práticas como a definição de objetivos, medição e comunicação de emissões, bem como a definição de planos de transição climática, irão permitir que as empresas se tornem mais eficientes, rentáveis e competitivas, demonstrando ao mesmo tempo um compromisso sólido com um futuro mais sustentável.”

Do ponto de vista regional, as empresas da América do Sul (15%) e da Ásia- Pacífico (12%) são as que mais reduziram as emissões em conformidade com os objetivos internacionais de descarbonização. Neste contexto, as empresas na China (23%), no Brasil (20%), e na Índia (14%) destacam-se como líderes na redução de emissões de CO2. Em oposição, apenas 6% das empresas na Europa e 4% na América do Norte estão a diminuir as suas emissões de acordo com as metas globais para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

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