Numa altura em que decorre, na Colômbia, a COP16 Biodiversidade, o presidente da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, alerta para a importância de se parar a perda de biodiversidade e de biomassa nos oceanos porque pode estar em causa a sobrevivência da humanidade.

Segundo Tiago Pitta e Cunha, é preciso uma reserva de 30% das áreas marinhas protegidas para que se consiga manter “um mínimo de natureza dos oceanos” e para que no planeta se chegue ao fim do século com a capacidade “de manter vivos os sistemas de suporte de vida no planeta sem os quais grande parte da vida desaparece”.

Há cientistas que dizem que a oportunidade de reverter o declínio biológico do oceano, criando uma reserva, vai até 2030/50.

Atualmente só cerca de 17% das áreas terrestres e 8% das marinhas estão legalmente protegidas, mas é consensual que especialmente as áreas marinhas são muitas vezes protegidas apenas no papel.

O desafio mundial: objetivo “30 por 30”, proteção de 30% da natureza global até 2030.

Em declarações à Lusa, o responsável, no que considerou uma análise realista, disse que gostaria que os 8% passassem para 15% em 2026, e que em 2028 fossem mais de 20%, até 25%.

Se em 2030 não estiverem os 30%, mas houver uma “rota de aproximação muito rigorosa já estamos na boa direção”, e para isso é preciso que da reunião de Cali saia “um roteiro, um mapa” para o percurso dos próximos anos, defendeu.

Para que não se inviabilize a vida na Terra no final do século, “pelo menos da humanidade”, tem de se proteger 30% do planeta e o principal instrumento para o fazer é definir um roteiro para os países chegarem a esse valor e criar um mecanismo de monitorização.

A Fundação Oceano Azul, adiantou, tem estado a trabalhar com um instituto francês sobre como deve funcionar esse mecanismo, que deve ter metas interinas entre 2024 e 2030.

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