O chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Portugal defende o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.
Em entrevista à agência Lusa em Washington, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que terminaram no passado fim de semana, Jean-François Dauphin entende que os subsídios aos combustíveis devem terminar, primeiro por uma razão orçamental, e depois porque o FMI considera que este tipo de apoio não diferencia entre quem precisa e quem não precisa dele.
Portugal, continuou, “é muito ambicioso em matéria de transição climática”, mas “estes subsídios não só criam ventos contrários à transição climática, como são injustos também, daí argumentarmos que é boa ideia reduzi-los”.
O Governo descongelou este ano a atualização da taxa de carbono, mas ainda existe um desconto em relação ao ISP que não foi revertido.
“As energias de combustíveis fósseis devem ter o preço certo, e os subsídios incentivam o consumo daquilo que queremos que seja reduzido; além disso, são medidas regressivas, ou seja, os benefícios em euros dos subsídios custam menos aos ricos do que aos mais pobres”, argumenta o economista do Fundo Monetário Internacional.
Para o FMI, seria mais produtivo “desenhar um apoio direto às famílias mais necessitadas”, em vez de um subsídio que atinge todos por igual.