Luís Montenegro, Primeiro-Ministro, presidiu à adjudicação da dessalinizadora de água do mar do Algarve, em Albufeira, referindo que “a assinatura deste contrato, em complemento com outras decisões, é o caminho para termos em Portugal uma política de gestão, retenção, armazenamento e poupança no domínio da água”, e “um momento histórico para o país e para a região”.

O Primeiro-Ministro esteve acompanhado pelos Ministros Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho.

Luís Montenegro disse que o “aproveitamento da água do mar, até aqui não disponível, não é de somenos, pois vai dar a esta região acesso a água potável que corresponde a 20% do consumo urbano atual, cerca de 16 milhões de metros cúbicos (m3) de água, que pode, no limite da capacidade, chegar aos 24 milhões de m3”.

Para o chefe do Governo, trata-se de “um investimento crucial e a possibilidade de suster os momentos de dificuldade que o Algarve tão bem conhece e que nos últimos anos atingiram dimensões extraordinárias”, disse, acrescentando que “antes de tudo estará o abastecimento às populações e depois às atividades económicas que alavancam a qualidade de vida das pessoas”.

O aproveitamento da água do mar “poderá dar estabilidade para termos uma região sustentável e pujante do ponto de vista económico”, complementou Montenegro.

A dessalinizadora, que vai ser construída em Albufeira, representa um investimento de 108 milhões de euros, integrado no Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, e pago pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Deverá estar concluída em 2026.

O contrato foi celebrado com um consórcio de empresas luso-espanhol

O consórcio das empresas que terão a responsabilidade de concretizr o projeto é composto pelas empresas portuguesas Luságua — Serviços Ambientais, Aquapor — Serviços e a espanhola GS Inima Environment.

O Primeiro-Ministro referiu que as perdas de água da rede são um dos maiores problemas e apontou a importância de utilizar água residual tratada para algumas atividades económicas e setores específicos para não desperdiçar este recurso.

Afirmando que não devemos confundir as oportunidades criadas por estes investimentos com facilitismo, com uma conceção segundo a qual o assunto está resolvido, Luís Montenegro sublinhou que “nunca podemos perder o foco na responsabilidade, nem pensar que os problemas estão resolvidos”, pois “só com utilização racional equilibrada” se pode garantir o futuro.

A Águas do Algarve, empresa responsável pelo abastecimento de água na região, que tem a seu cargo a gestão de infraestruturas como barragens ou Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), refere que a construção da dessalinizadora surge num contexto em que se perspetiva, “com crescentes evidências, que se assistirá a um decréscimo da pluviosidade anual e num aumento da assimetria do regime intra-anual de precipitação, mais ou menos pronunciados em função dos cenários climáticos considerados, especialmente pronunciado nas regiões mediterrânicas”.

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