A Helexia Portugal anunciou a semana passada a aquisição da Bluecharge, marca de mobilidade elétrica presente no nosso país, como parte da sua missão em prol da descarbonização. Conversámos com Luis Pinho, diretor geral da Helexia Portugal sobre esta operação.

Welectric: Quais são os objetivos da Helexia ao adquirir a Bluecharge?

Luis Pinho: A Helexia tornou-se  operadora para a mobilidade elétrica em 2020, com os primeiros projetos implementados em 9 lojas da marca Auchan. Desde então, temos expandido significativamente a nossa presença no mercado. Atualmente, a Helexia opera mais de 230 carregadores em mais de 40 localizações, atendendo mais de 33 mil utilizadores individuais em mais de 150 mil sessões de carregamento, totalizando 3 GWh de energia fornecida. Este crescimento reflete o compromisso da Helexia em promover a mobilidade sustentável e a descarbonização em geral. Podemos considerar que esta é uma área de negócio interessante e em franca expansão, com um potencial significativo para o futuro.

Para reforçar ainda mais o nosso compromisso em oferecer soluções completas para os nossos clientes, decidimos intensificar nossa atuação na cadeia de valor da mobilidade elétrica. Assim, além de atuarmos como operadores de pontos de carregamento (OPC), também nos tornamos comercializadores de energia para a mobilidade elétrica (CEME). Esta estratégia permite à Helexia fornecer um serviço integrado e de alta qualidade, contribuindo para a transição energética e a redução da pegada de carbono.

W: O mercado de comercializadores de energia para a mobilidade elétrica já tem vários players de diferentes dimensões e serviços. Como se vai diferenciar a Bluecharge?

Luis Pinho, Diretor-Geral da Helexia Portugal

LP: Fruto desta aquisição, estamos a desenvolver uma nova estratégia de abordagem ao mercado para a Bluecharge by Helexia, que será anunciada em 2025. O que posso adiantar é que a atuação da Helexia é baseada em três eixos principais:

  • Consumir menos: Otimizar os consumos através de eficiência e gestão energética, reduzindo desperdícios e melhorando a performance energética das operações.
  • Consumir melhor: Produzir e autoconsumir energia limpa, promovendo a utilização de fontes renováveis e diminuindo a dependência de energias fósseis.
  • Conduzir sustentável: Esta é o elemento mais recente em que estamos a trabalhar, focados na promoção da mobilidade elétrica. Esta iniciativa será articulada com os outros eixos de forma integrada, explorando sinergias para oferecer soluções completas e sustentáveis.

Estamos empenhados em criar um futuro mais sustentável e acreditamos que esta estratégia integrada nos permitirá alcançar esse objetivo, beneficiando tanto os nossos clientes quanto o meio ambiente.

W: Qual o impacto desta aquisição para os utilizadores atuais do cartão Bluecharge?

LP: Os atuais clientes do cartão Bluecharge continuarão a usufruir de um serviço de proximidade e de um tarifário competitivo. Em breve, receberão um novo cartão com uma imagem renovada e terão o primeiro contacto com a evolução da marca. Vamos percorrer um caminho digital, desenvolvendo ferramentas que criem valor e facilitem a vida dos nossos clientes, sejam eles nacionais, internacionais, privados ou empresariais.

Vamos colocar uma tónica especial nas empresas. A Helexia, atuando no mercado B2B, oferece soluções para ajudar as empresas a descarbonizar e a serem mais competitivas do ponto de vista energético. A mobilidade não será uma exceção. Desenvolveremos ofertas específicas para o mercado empresarial, integradas com o restante portfólio de soluções.

W: A Bluecharge desde o início assumiu que iria comercializar apenas energia de origem 100% renovável. Ao escalar a atividade da empresa, será possível manter este princípio?

LP: Sim, esse princípio pioneiro faz parte do ADN da Bluecharge e é algo que vamos não só manter, mas também reforçar. Pretendemos explorar sinergias naturais com a oferta de produção de energia limpa da Helexia, garantindo que continuamos a fornecer energia sustentável e a contribuir para um futuro mais verde.

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