Foi hoje divulgado na COP29, em Baku, o Índice de Desempenho das Alterações Climáticas, CCPI na sigla original (Climate Change Performance Index), um instrumento que traduz o desempenho das políticas climáticas de cada país.
Este ano, Portugal piora a sua classificação, descendo dois lugares em relação ao ano passado, da 13.ª para a 15.ª posição, embora continue a fazer parte dos países com classificação alta.
Na prática, o país fica na 12.ª posição, dado os três primeiros lugares não serem merecidos por nenhum país, pois nenhum está completamente alinhado com o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC.
os três primeiros lugares não serem merecidos por nenhum país, pois nenhum está completamente alinhado com o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC.
No cálculo do CCPI entram os progressos em matéria de mitigação climática de 63 países que representam 90% das emissões no mundo inteiro; os países da União Europeia são classificados individualmente e enquanto bloco. “Este índice é uma ferramenta importante para aumentar a transparência na política climática internacional e permite a comparação dos esforços de proteção do clima e do progresso feito pelos países”, afirma a associação ambientalista Zero.
O Índice é publicado pela Germanwatch, NewClimate Institute e CAN International, e tem a participação da Zero na sua elaboração, tendo por objetivo destacar e dar como exemplo os países com as melhores práticas climáticas e estimular os países que, até agora, não tomaram medidas suficientemente ambiciosas para garantir a estabilidade climática global.
O índice tem por base o conjunto mais recente de estatísticas fornecidas por diversas entidades internacionais e uma avaliação por peritos do desempenho atual no que respeita às políticas climáticas, à escala nacional e internacional. As quatro categorias avaliadas são emissões de gases com efeito de estufa (com um peso de 40%), energias renováveis (20%), uso de energia (20%) e política climática (20%).
As classificações que o índice apesenta são cinco: muito alta, alta, média, baixa e muito baixa.
Portugal é um país com bom desempenho no CCPI deste ano, apesar de ter descido duas posições, em virtude das emissões dos incêndios do verão e dos transportes. O país recebe uma classificação alta em Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e média em Utilização de Energia, Energias Renováveis e Política Climática.
“De um modo geral, todos os países apresentam metas insuficientes para 2030, pelo que devem aumentar a sua ambição e estabelecer objetivos alinhados com o Acordo de Paris para 2035”, afirma a Zero que acrescenta que apenas 19 países têm um objetivo adequado, enquanto 45 ficam aquém: “No âmbito do Acordo, a próxima ronda de estabelecimento de novas Contribuições Nacionalmente Determinadas – que todos os países devem apresentar até fevereiro de 2025 – deve, desejavelmente, colmatar esta lacuna, bem como refletir os resultados do primeiro Balanço Global”.