No seu discurso na sessão sobre desenvolvimento sustentável e transição energética do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo que decorreu no Rio de Janeiro, no Brasil, António Guterres, secretário-geral da ONU, voltou a alertar para o perigo das alterações climáticas e o aumento da temperatura global, considerando que “o fim da era dos combustíveis fósseis é inevitável”. E acentuou que é necessário garantir que este fim “não chegue tarde demais” nem de forma injusta.

Em relação à 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP29, a decorrer em simultâneo, em Baku, António Guterres instou os líderes do G20 para que instruam os seus negociadores a garantirem um acordo sobre financiamento climático.

O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.

“Ampliar rápida e substancialmente o financiamento climático de biliões para triliões”, resumiu o secretário-geral da ONU, afirmando que limitar o aumento da temperatura global para 1,5°C deve ser feito de forma a “evitar catástrofes em espiral que podem arruinar todas as economias”.

Segundo Guterres, se as políticas atuais continuarem a ser seguidas prevê-se um aumento de 3ºC da temperatura global.

No discurso anterior, o Presidente brasileiro, Lula da silva, apelou aos chefes de Estado e de governo dos países desenvolvidos do G20 que “antecipem metas de neutralidade climática”.

Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal – país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro; Angola, representada pelo seu Presidente João Lourenço; e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

“Aos membros desenvolvidos do G20, proponho que antecipem as suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045”, disse Lula da Silva.

“Sem assumir as suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais”, frisou.

Na declaração final, os líderes mostram-se “determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais” nas suas economias nacionais “e no sistema financeiro internacional com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática”.

Na declaração menciona-se ainda que os países vão encorajar-se mutuamente para com o objetivo de “emissões líquidas zero de GEE/neutralidade climática levando em consideração o Acordo de Paris”, mas também as “diferentes circunstâncias, caminhos e abordagens nacionais”.

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