A equipa Kia – ACP Electric – BP, composta pelas duplas, Nuno Serrano/Alexandre Berardo e Eduardo Carpinteiro Albino/José Carlos Figueiredo, sagrou-se Campeã Nacional de Equipas do Campeonato de Portugal de Novas Energias – Prio, que terminou há cerca de uma semana.
Ocasião para uma troca de ideias com a equipa bicampeã nacional, apoiada pelo Welectric, sobre a competitiva temporada de 2024, a luta pelos títulos até ao último metro, as equipas que mais se destacaram, a participação em provas internacionais e os objetivos para a época de 2025.
Como descrevem esta temporada, que terminou com a vossa vitória no campeonato de equipas?
Foi um campeonato extremamente competitivo onde ambas as equipas estiveram muito empenhadas e foram candidatas ao título até à última prova. O Nuno Serrano e o Alexandre Berardo tinham tido uma época difícil em 2023, mas em 2024 lideraram o campeonato até à última prova. Para o Eduardo Carpinteiro Albino e o José Carlos Figueiredo a época foi mais difícil, com alguns problemas em provas decisivas.
“as nossas equipas foram candidatas ao título individual até à última prova”
Apesar de terem vencido o título coletivo, ficaram a um passo de conquistar os títulos individuais de pilotos e navegadores. Que balanço fazem desse desfecho?
Ambas as equipas estiveram num ótimo nível, mas a última prova dos novos campeões de Portugal foi soberba. Atingiram um nível de perfeição que teremos de nos empenhar para o atingir.
“As nossas duas equipas estiveram num ótimo nível, mas a última prova dos novos campeões de Portugal foi soberba”
A última prova, o E-Rally do Alentejo Central, foi decisiva para a decisão do título de pilotos e navegadores 2024. Como foi gerir a pressão de lutar pelo título até à última etapa?
Tentamos estar sempre ao melhor nível em cada prova e já temos muita experiência para não ficarmos afetados com a pressão. Embora a classificação fosse favorável, já sabíamos que tínhamos de deitar resultados fora e que não seria fácil conquistar os títulos individuais, mas os campeonatos são disputados até ao último metro e foi isso que fizemos. Nunca baixamos os braços.
“os campeonatos são disputados até ao último metro”
O campeonato deste ano foi o mais competitivo até agora. Que equipas mais vos surpreenderam ao longo da temporada e porquê?
Existem muitas equipas com um nível muito elevado e que evoluíram bastante durante a época. Em primeiro lugar os novos campeões, que realizaram uma evolução notável, mas também o Filipe Maia e o Tiago Caio, o Sérgio Magno e a Ana Joaquim, que venceram na Madeira, o Emilien Le Borgne e o Alexandre Stricher, que se adaptaram muito bem às provas portuguesas… e também algumas equipas que deram provas de uma evolução muito positiva e que poderão ganhar provas brevemente, como a Ana Faria e a Rita Nepomuceno ou a Patrícia Carreiro e o Paulo Rego. Isto tudo sem nos esquecermos de algumas equipas de renome na regularidade, que este ano não estiveram no seu melhor, mas que poderão voltar a ser competitivas em 2025, como o Pedro Morais e a Silvia Coutinho, o Ivo Tavares e o João Paulo Martinho ou o João Botequilha e a Magda Ferreira.
“Existem muitas equipas com um nível muito elevado e que evoluíram bastante durante a época”
Os vossos rivais Carlos Silva e Sancho Ramalho, da Prolama Competição, foram os grandes vencedores do título de pilotos e navegadores. Qual é a vossa perspetiva sobre a evolução deles ao longo do campeonato?
Como já dissemos fizeram uma evolução notável ao longo da época e estão muito precisos na passagem ao zero absoluto nas figuras e nos mecos. É algo que as nossas duas duplas têm de melhorar e evoluir para reconquistar os títulos de pilotos e navegadores em 2025. Mas nas provas de 2024 houve sempre algumas situações que não correm bem e a eles isso nunca aconteceu. É a estrelinha dos campeões que este ano não nos tocou.
“Temos de melhorar e evoluir para reconquistar os títulos de pilotos e navegadores em 2025”
Na vossa opinião, qual foi a principal evolução que notaram nas equipas do campeonato em comparação com o ano passado?
A evolução nestas provas verifica-se na quantidade de controlos que se fazem sem qualquer erro, o zero. E o que notamos é que há cada vez mais equipas com uma enorme percentagem de zeros em todas as provas.
“há cada vez mais equipas com uma enorme percentagem de controlos sem qualquer erro em todas as provas”
Para 2025, que evolução gostariam de ver para melhorar mais o nível do Campeonato?
Gostávamos de ver mais equipas a participar no campeonato, desejavelmente com o apoio das marcas de automóveis, para divulgarmos ainda mais a utilização do carro elétrico, e para mostrarmos que é possível realizar um campeonato muito disputado em carros de série e com custos muito acessíveis.
“Gostávamos de ver mais equipas a participar no campeonato, desejavelmente com o apoio das marcas”
Já têm algum plano ou objetivo traçado para a próxima temporada?
Para 2025 o objetivo vai ser revalidar o título de equipas, para chegarmos ao tri e recuperar os títulos de pilotos e navegadores. Em termos internacionais será tentar conquistar o Iberian Challenge e fazer um Top 5 no E-Rallye de Monte Carlo.
“Queremos revalidar o título de equipas, para chegarmos ao tri em 2025”
Em 2022 utilizaram modelos Renault e este ano competiram com a Kia. Como vai ser em 2025?
Em 2021 e 2022 estivemos com a Renault, é verdade. Este ano fizemos o 2º ano com a KIA e em 2025 continuaremos nesta marca com produtos de excelência que tão bem nos tem recebido.
Esta foi uma época de grandes desafios. Também participaram em provas no estrangeiro, do calendário FIA, extra-campeonato de Portugal. Podem resumir-nos quais foram e como foi a vossa prestação perante equipas de outros países?
Em Espanha fizemos as duas provas do calendário FIA com resultados entre os melhores do mundo, que muito nos orgulha. O Nuno Serrano e o Alexandre Berardo conseguiram mesmo ficar no 5º lugar do FIA Eco Rally Cup, participando em somente 5 das 12 provas da competição, que é notável.
O Monte Carlo foi uma experiência ímpar numa prova com muitos participantes – 63 – e com estradas fantásticas, que gostaríamos de repetir.
A participação no Yellow Mountains China International Eco Rally, a convite da Federação Chinesa e da FIA, foi uma experiência única onde pudemos disputar o primeiro Eco Rally na China e representar o nosso país com muito orgulho. O 3º e 4º lugares finais foram um bom resultado.
No próximo ano o que está previsto fazerem em termos do Campeonato FIA?
Ainda estamos em negociações com os nossos parceiros, mas a ideia é repetir o que fizemos este ano, sem a ida à China que foi um convite pontual. Ainda temos de consolidar mais os resultados nas provas FIA para podermos ambicionar um campeonato FIA completo. Além disso, quem nos apoia tem naturalmente mais interesse no campeonato de Portugal e realizar os dois só se fossemos profissionais.