A Galp decidiu abandonar o projeto Aurora para a construção de uma refinaria de lítio em Setúbal, depois da desistência da Northvolt e de não ter arranjado outro parceiro, adiantou, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A Galp decidiu não avançar com a construção do projeto Aurora”, disse o grupo.

“Inicialmente uma parceria 50/50 entre a Galp e a Northvolt, esta última comunicou à Galp no início de 2024 a sua decisão de deixar de investir no Aurora”, destacou.

Desde então, “a Galp tem procurado identificar novos parceiros internacionais, mas sem sucesso”, referiu, recordando que o “Aurora está a trabalhar desde 2021 para estabelecer uma fábrica de conversão de lítio em Setúbal, com o objetivo de fornecer a indústria de baterias, aproveitando as reservas de lítio de Portugal”.

Segundo a Galp, “apesar dos esforços significativos, que incluíram a montagem de uma equipa qualificada, a realização de estudos de engenharia, a preparação de processos de licenciamento e a procura de incentivos e financiamentos, o contexto atual e a impossibilidade de contar com um parceiro internacional inviabilizam a prossecução do projeto”.

Em 28 de outubro, o presidente executivo (CEO) da Galp afirmou que a empresa não se iria precipitar numa decisão final de investimento sobre a construção de uma refinaria de lítio em Portugal até ter garantias de “retorno adequado” para o projeto.

Já relativamente ao projeto de produção de hidrogénio verde em curso em Sines, cuja decisão final de investimento foi tomada em 2023, a Galp espera o início das operações comerciais em 2026.

“Estamos nas fases finais de detalhes de engenharia e a discutir incentivos. Muito trabalho foi feito e ainda está em curso. Mas, devo dizer que o mercado está atualmente muito desafiante e não temos pressa em tomar uma decisão final de investimento até vermos um retorno adequado para o projeto, e não nos parece que estejamos nesse ponto neste momento”, afirmou Filipe Silva.

Devido a cancelamentos de encomendas, a Northvolt anunciou em 22 de novembro ter apresentado um pedido de proteção contra a falência nos EUA, referindo que é mantida a fábrica da Suécia a operar.

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