O Electrão – Associação de Gestão de Resíduos é a entidade responsável por três dos principais sistemas de recolha e reciclagem de resíduos (embalagens, pilhas e equipamentos elétricos usados) e, em paralelo, uma iniciativa que promove é o “Movimento Faz pelo Planeta” que teve agora a sua 3ª edição, o qual volta voltou a distinguir o dinamismo e a criatividade com projetos originais de preocupação ambiental e social.

Nesta edição foram integradas três novas categorias, passando assim a existir quatro projetos vencedores, um por categoria. Os quatro projetos vencedores recebem o estatuto de “Big Changer” ou “Corporate Changer”.

“Esperamos que esta iniciativa continue a identificar projetos valiosos que ajudam a proteger a nossa casa comum de forma original”, diz o CEO do Electrão, Pedro Nazareth. 

Projetos vencedores

Nova Big Changer quer reflorestar território com espécies nativas

A nova Big Changer do Movimento Faz Pelo Planeta, Sónia Pina, bióloga de formação, criou o projeto “Nativawaky – Florestas para todos”, que promove a plantação de miniflorestas com espécies nativas com o objetivo de impulsionar a reflorestação sustentável e a biodiversidade.

O projeto segue o método do botânico japonês Miyawaki que, além de ser facilmente aplicável, garante inúmeros benefícios, segundo os seus autores: três metros quadrados de solo é o mínimo necessário para criar uma minifloresta nativa. “As florestas Miyawaki crescem até 10 vezes mais rápido, são 30 vezes mais densas e contêm 100 vezes mais biodiversidade. São livres de químicos e manutenção após os primeiros três anos. Este método tem uma taxa de sucesso de 97%”, realça o projeto “Nativawaky”.

A iniciativa da electrão, de premiar projetos ambientais originais, tem o alto patrocínio do Presidente da República e tem como parceiros governamentais a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto Português do Desporto e Juventude. Entre os parceiros associativos e empresariais estão a Centromarca; Corpo Nacional de Escutas; Conselho Nacional de Juventude; Deco Proteste; EGF; ESGRA; Lidl Portugal; Liga dos Bombeiros Portugueses; Quercus; Startup Portugal e Veolia.

A Nativawaky contabiliza já 3.780 plantas autóctones plantadas, sete miniflorestas de espécies nativas criadas em Portugal e um total de 1.260 metros quadrados de área total terrestre em regeneração, envolvendo cerca de 2.000 pessoas.

“Tudo aquilo que tenho feito é reflexo da minha vontade intrínseca e sistémica de querer contribuir para restabelecer o equilíbrio dos ecossistemas, por mais pequenos que sejam”, sublinha Sónia Pina. O prémio tem um valor de 2.500 euros.

“Kitchen Dates” é a startup vencedora

Kitchen Dates”, um projeto de literacia alimentar, é o vencedor na categoria Startup. Os cofundadores, Maria Antunes e Rui Catalão, estão focados na luta contra o desperdício alimentar, que está na origem de 6% do total de emissões de gases com efeito de estufa à escala global. 

“Deste número verdadeiramente assustador, a fatia mais significativa acontece mesmo em nossas casas – porque comprámos mais do que aquilo de que precisávamos, porque nos esquecemos daquela alface no fundo do frigorífico ou pura e simplesmente porque preparámos comida a mais e já não nos apeteceu comer”, descrevem.

O projeto Kitchen Dates pretende alertar para a emergência climática, que obriga todos a assumir um papel mais ativo e promove a mudança para uma alimentação de base vegetal e sem desperdícios. Com presença regular em ações de sensibilização nas escolas, já envolveu mais de 3.500 participantes nas suas atividades e sentou à mesa mais de quatro mil pessoas.

Maria Antunes e Rui Catalão querem ajudar pessoas e organizações a adotar práticas mais sustentáveis. São autores do podcast “Próprio para Consumo” e durante a pandemia lançaram a “Sopa Solidária”. Aproveitaram vegetais que já não seriam comercializados para a confeção de sopa, que a Junta de Freguesia de Carnide distribuiu por famílias com baixos rendimentos. O prémio para a Startup vencedora tem um valor de 7.500 euros.

ONG premiada transforma “Monstro Lixo” em arte

O projeto de sensibilização ambiental “Monstro Lixo”, dinamizado pela Associação Comercial e Industrial de Vila do Conde, junto dos alunos da Escola Profissional da cidade, é o vencedor na categoria Associação/ Organização Não Governamental (ONG).

Os resíduos recolhidos pela comunidade escolar transformam-se em peças de arte gigantescas, jogos ou outras atividades lúdicas em contexto de aula. O resultado é apresentado ao público sob a forma de exposições, atividades lúdicas, workshops ou palestras.

O Movimento Faz pelo Planeta tem o contributo de influenciadores já conhecidos nestas áreas: Ana Milhazes (Lixo Zero), Catarina e Rita Leitão (Zero Plástico), Catarina Matos (Mind the Trash), Gonçalo de Carvalho (SCIAENA), Joana Guerra Tadeu (Ambientalista Imperfeita), Inês Soares (Nononovo), Catarina Barreiros (Do Zero), Eunice Maia (Maria Granel) e Andreas Noe (“The Trash Traveller” – o Viajante do Lixo).

“A cada ano um tema diferente é abordado e novos monstros e atividades são criados. O projeto aborda um tema complexo e muitas vezes visto como negativo, como o lixo, em algo divertido e inspirador”, descreve Amauri Alves, o dinamizador deste projeto, que já recebeu vários prémios e participou num evento da UNESCO no Brasil.

Ao criar monstros artísticos a partir de materiais reciclados, o “Monstro Lixo” atrai a atenção e desperta a curiosidade, tornando a mensagem ambiental mais acessível e memorável. O projeto é replicado em diferentes contextos, nomeadamente junto de alunos de escolas públicas na cidade de Santos no Brasil, contribuindo para a disseminação de uma cultura mais sustentável em todo o mundo. O prémio tem associado um valor de 5.000 euros.

Get2C convida a “Viagem pelo Clima”

Dos projetos candidatos, o da Get2C foi o premiado na categoria “Empresas” pelo projeto de sensibilização e educação “Viagem Pelo Clima”. Trata-se de uma competição desenvolvida no âmbito do Cooler World – um movimento criado com o objetivo de informar e inspirar a população rumo à neutralidade carbónica e a uma vida mais sustentável.

A iniciativa pretende criar o maior impacto positivo possível na comunidade, mobilizar para a urgente transição climática, contribuir para a mobilização dos municípios portugueses no caminho da descarbonização e demonstrar a influência dos estilos de vida de cada pessoa na sua pegada de carbono e pegada hídrica, analisando o impacto que as escolhas diárias têm no planeta, desde o transporte à alimentação, passando pelo consumo de água.

“Ao ser reconhecida como um Corporate Changer, a Get2C pode amplificar esta mensagem e inspirar outras empresas a adotarem práticas sustentáveis e a criarem iniciativas semelhantes que envolvam todos, sem deixar ninguém para trás”, resume Maria João Ramos, da Get2C.

As ações desenvolvidas no âmbito do projeto incluem, por exemplo, um concurso de ideias e a realização de uma Miniconferência do Clima (Mini COP), para alunos do 7º ao 12ª ano, que conta com 80 equipas participantes. A empresa vencedora será premiada com um reconhecimento atribuído pelo “Movimento Faz Pelo Planeta by Electrão”.

Projetos que já estão a mudar o planeta
Foi em 2021 que o Electrão iniciou a procura de  projetos “big changers”, de forma a provar que os gestos individuais podem fazer a diferença, e descobriu exemplos extraordinários: Lídia Nascimento, tradutora de inglês-alemão, que há mais de 20 anos recolhe lixo das praias, foi a grande vencedora da 1ª edição do Movimento Faz Pelo Planeta, que atribuiu ainda menções honrosas a Carlos Dobreira e Miguel Lacerda.
Na 2ª edição, foram premiados três projetos: “Oiá Plast”, de Isabel Bourbon, que reaproveita o plástico para transformá-lo em novos produtos feitos à mão; “Vintage For a Cause”, lançado por Helena Antónia, que aplica o conceito de Economia Circular aos têxteis, e “Rotaeco”, um projeto liderado por Cláudia Severino, que capacita os jovens para a sustentabilidade.
O Electrão indica que pretende dar continuidade a esta dinâmica de inspirar os portugueses e conquistar mais agentes para a causa da sustentabilidade, premiando projetos exemplares. O intuito do Movimento Faz Pelo Planeta é construir uma comunidade de projetos, que são exemplos de como é possível pensar globalmente e agir localmente.

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