A Nissan e a Honda indicaram que estão a “explorar várias possibilidades para a colaboração futura”, depois de a imprensa japonesa ter avançado com notícias de conversações entre as fabricantes automóveis para uma possível fusão.

“Tal como anunciado em março deste ano, a Honda e a Nissan estão a explorar várias possibilidades de colaboração futura, aproveitando os pontos fortes uma da outra”, disseram as duas empresas.

7,4 milhões. Este é o número combinado de veículos vendidos globalmente pela Nissan (3,4 milhões) e pela Honda (4 milhões) em 2023. A Toyota foi o fabricante japonês mais vendido no ano passado, com 11,2 milhões de veículos, um aumento de 7,2% em relação ao ano anterior. A Mitsubishi vendeu pouco mais de 800.000 veículos.

Em março, os fabricantes anunciaram que começaram a negociar uma aliança para produzir componentes e programas para veículos elétricos, numa tentativa de reduzir custos e reforçar a competitividade.

O jornal económico japonês Nikkei e a agência de notícias japonesa Kyodo avançaram que as duas empresas estavam a preparar o início das negociações para criar o terceiro maior fabricante de automóveis do mundo em volume de vendas, atrás da Toyota e da Volkswagen.

A Nissan e a Honda estão a estudar unir os ativos numa empresa conjunta, sendo que a participação de cada uma será decidida posteriormente, referiu o Nikkei.

Fazer face à concorrência da Tesla e das marcas chinesas é o objetivo

O objetivo é fazer face à concorrência dos fabricantes de veículos elétricos chineses e norte-americanos, como a Tesla, acrescentou o jornal económico.

Os dois fabricantes de automóveis do Japão enfrentam um declínio nas vendas na China, onde as marcas locais, com veículos elétricos mais acessíveis, estão a conquistar quota de mercado.

A atual gama elétrica dos dois construtores é escassa. Em Portugal, a Nissan conta com os modelos Leaf, Ariya e Townstar. A Honda tem apenas um veículo: e:Ny1.

O Nikkei avançou que a Honda pretende assinar em breve um memorando de entendimento com a Nissan com os detalhes da operação, que poderá incluir também a Mitsubishi, cujo principal acionista é a Nissan.

“Se houver alguma atualização, informaremos as partes interessadas em tempo útil”, disseram a Honda e a Nissan, num comunicado conjunto.

Em agosto, a Mitsubishi, da qual a Nissan detém 34%, juntou-se às negociações para fazer parte da aliança para produzir componentes e programas para veículos elétricos.

No mesmo mês, o presidente da Honda, Toshihiro Mibe, disse que as negociações não envolviam uma fusão acionista, embora não tenha negado essa possibilidade no futuro.

A concretizar-se uma fusão vai deixar o mercado automóvel japonês dividido em dois grandes blocos, um formado pela Nissan e Honda e outro pela Toyota.

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