A sustentabilidade é uma prioridade central em todos os setores, inclusive para os mais poluentes. Para mitigar os riscos ambientais e construir um futuro mais equilibrado, empresas, consumidores e governos devem redobrar os seus esforços para alinhar práticas de forma mais eficaz, em prol de alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

Nuno Matos, Diretor-Geral da Eco-Oil, reforça que “a sustentabilidade é, cada vez mais, uma necessidade estratégica para responder a esta urgência climática. Este compromisso exige transformações nos modelos de produção e consumo, onde os critérios de ESG devem ser integrados como parte essencial do ADN das empresas. Aos consumidores, cabe a responsabilidade de valorizar produtos e serviços que incorporem e reflitam estes princípios.”

Perante estas preocupações, a Eco-Oil, empresa portuguesa especializada no tratamento de águas contaminadas e produtora de fuel sustentável para a indústria a partir de resíduos recebidos dos navios-tanque, destaca três tendências-chave que vão moldar o panorama da sustentabilidade no próximo ano.

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Descarbonização

“Para a indústria e para a mobilidade, 2025 representará um ano de desafios para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, alinhando uma abordagem estratégica a normas ambientais cada vez mais rigorosas e a custos associados às emissões de carbono”, afirma Nuno Matos.

Neste campo, uma das soluções mais promissoras, refere este responsável, é a captura e armazenamento de carbono, que consiste em recolher o dióxido de carbono diretamente das fontes mais poluentes e armazená-lo, de forma segura, para mitigar o seu impacte: “Esta é uma ferramenta particularmente crucial para os setores mais poluentes e de difícil descarbonização, como, por exemplo, as indústrias energeticamente intensivas, como é o caso da produção de energia, petroquímica ou siderurgia, e pode ainda ser relevante para a mobilidade marítima”.

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Transição energética

A transição para fontes de energia renováveis continuará a ser uma prioridade na Europa neste novo ano: “A adoção de combustíveis alternativos e o crescimento de infraestruturas contribuirão para diversificar a matriz energética e diminuir a dependência de um consumo fóssil tradicional. Este processo é essencial para alcançar a neutralidade carbónica, mas requer uma abordagem estratégica, especialmente no que diz respeito ao financiamento do setor energético”, diz Nuno Matos.

Para o Diretor-Geral da Eco-Oil, “a segurança do abastecimento energético é um fator crucial, pois a dependência de uma única fonte pode gerar incertezas para os negócios. A adoção de sistemas híbridos surge então como uma solução estratégica, capaz não apenas de reduzir emissões, mas também de mitigar os impactos de custos energéticos voláteis e assegurar um fornecimento mais confiável”.

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Economia circular

Em vez de “descartar”, 2025 deve ser o ano de reaproveitar, incentiva a Eco-Oil. “A economia circular deve ocupar um lugar central, através da integração de práticas que maximizem a utilização de recursos e minimizem desperdícios. Ao adotar modelos de negócio circulares, as indústrias e empresas podem garantir o reaproveitamento estratégico de excedentes, reintegrando-os nos ciclos de produção de forma eficiente. Esta abordagem não apenas reduz o desperdício e o descarte de materiais perigosos, como também diminui a dependência e sobre-exploração de novos recursos”, afirma Nuno Matos.

“A utilização de resíduos fósseis para a produção de novos combustíveis 100% reciclados, é um excelente exemplo de circularidade. A sua capacidade para substituir os combustíveis tradicionais permite reduzir, em comparação com estes, 99% as emissões de gases de efeito de estufa. O caso dos combustíveis alternativos 100% reciclados é, um de muitos, exemplos da aplicação do princípio de economia circular que deve ser incentivado neste próximo ano”, indica.

Além disso, prossegue, “apostar na valorização dos resíduos e na otimização do uso de matérias-primas reforça o compromisso com a sustentabilidade e a gestão de materiais ao longo de todo o processo produtivo. Implementar estratégias circulares não só contribui para a neutralidade carbónica, mas também impulsiona a criação de novas oportunidades de negócio e emprego, fortalecendo a competitividade industrial de forma inovadora e sustentável”.

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