O Greenship_E foi idealizado para o desenvolvimento de sistemas capazes de produzir e armazenar combustíveis verdes a bordo de embarcações de pequeno porte, com especial foco nas embarcações recreativas e de pesca, que constituem a maioria da frota marítima nacional. O objetivo é levar a tecnologia de propulsão marítima sem emissões de carbono a um novo nível, com uma solução inovadora que permitirá a produção e armazenamento de hidrogénio puro a bordo, eliminando a necessidade de grandes tanques de combustível.

O projeto é coordenado pela docente e investigadora Alexandra Rodrigues Pinto, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que descreve o projeto Greenship_E como “uma etapa fundamental para a criação de um barco autónomo, fiável, seguro e com zero emissões poluentes”. Este projeto é o resultado do esforço colaborativo de uma equipa multidisciplinar de investigadores provenientes de quatro unidades de I&D da FEUP (CEFT, LEPABE, e LSRE-LCM, que formam o laboratório associado ALiCE), para além do SYSTEC e do INESC-TEC.

projeto GREENSHIP_E, promovido pela Universidade do Porto e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, vai desenvolver um protótipo de produção e armazenamento de hidrogénio a bordo.

Na visão destes investigadores, o avanço desta tecnologia será crucial para a descarbonização do setor marítimo, um dos setores estratégicos para o desenvolvimento de Portugal. O projeto baseia-se em “condições favoráveis para o sucesso”, afirma a investigadora, o que permitirá acelerar o desenvolvimento e a implementação das soluções inovadoras propostas.

“Foi um projeto que conseguiu criar sinergias, unindo um conjunto alargado de conhecimento que, conjugado, permitirá dar resposta e acelerar a maturação tecnológica de um produto que tenho a certeza que vai contribuir para a descarbonização do setor marítimo, cumprindo um dos grandes objetivos da Universidade, que é contribuir para um planeta mais saudável”, diz Rui Calçada, diretor da FEUP.

Com um potencial disruptivo e de grande impacto na área da sustentabilidade, o projeto será financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian com um valor total de 1,5 milhões de euros até 2027.

Com o financiamento agora formalizado, os investigadores da U.Porto vão poder desenvolver um protótipo de embarcação autónoma capaz de produzir a bordo o hidrogénio verde que alimentará a célula responsável pela sua propulsão, bem como de distribuir a energia gerada de forma inteligente.

O contrato entre as entidades foi formalizado no dia 16 de dezembro, numa cerimónia que contou com a presença de António Feijó, presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, e António de Sousa Pereira, Reitor da Universidade do Porto.

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