Os dois grandes transportadores das regiões metropolitanas de Lisboa (Carris Metropolitana) e do Porto (STCP) transportaram em conjunto mais de 245 milhões de passageiros, embora com taxas de crescimento diferentes, no ano passado.

Enquanto a Carris Metropolitana viu o número de passageiros transportados crescer em 2024, a STCP teve uma diminuição nos números da sua operação.

Começando pela Carris Metropolitana, a empresa indica que transportou mais de 174 milhões de passageiros no ano passado.

Repartindo este número pelas quatro áreas de operação, o maior número de passageiros registou-se na zona de Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra (59 milhões), seguindo-se Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira (58 milhões), Almada, Seixal e Sesimbra (37 milhões) e Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal e Barreiro (19 milhões).

A Carris Metropolitana opera a totalidade da operação intermunicipal da AML e as redes municipais de 15 dos 18 municípios (a exceção são Barreiro, Cascais e Lisboa que mantêm as operações locais). A Carris Metropolitana –foi uma iniciativa dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que funde toda a operação rodoviária numa mesma imagem e nível de serviço. 

Neste que é o segundo ano completo de operação da Carris Metropolitana nos 18 municípios da AML, outubro alcançou “o maior registo mensal de sempre, com 17 milhões de passageiros”, destacando-se o dia 10, com um recorde de 688 mil passageiros transportados em 24 horas.

Mais de 10 milhões de passageiros atravessaram o rio Tejo em autocarros da Carris Metropolitana, utilizando as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama.

O fluxo de viagens cresceu em vários terminais, destacando-se Moita (Estação), com um aumento de 174,9%; Alverca (Estação), com um crescimento de 68,2%; e Palmela (Terminal), com mais 60,35%.

71,6 milhões de passageiros em 2024 pela STCP

Por seu lado, a a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) transportou 71,6 milhões de passageiros em 2024, menos 3,7% que os 74,3 milhões transportados em 2023, algo que a empresa atribui às obras do Metro do Porto.

“Em 2024, a STCP estima ter transportado 71,6 milhões de passageiros (dados de novembro e dezembro ainda provisórios). Destes, 70,8 milhões foram passageiros de autocarro e 638,7 milhares foram passageiros de carro elétrico”, pode ler-se numa resposta de fonte oficial da transportadora a questões da Lusa.

O número representa uma diminuição de passageiros transportados face a 2023, ano em que a transportadora intermunicipal do Grande Porto tinha servido 74,3 milhões de passageiros, uma forte recuperação face aos 68,6 milhões de 2022, ano ainda afetado pelas restrições associadas à pandemia de COVID-19.

O município do Porto é o acionista maioritário da empresa intermunicipal STCP (53,69%), sendo as restantes participações divididas entre os outros cinco concelhos onde a STCP opera, com 12,04% do capital pertencente a Vila Nova de Gaia, 11,98% a Matosinhos, 9,61% à Maia, 7,28% a Gondomar e 5,40% a Valongo.

Na resposta à Lusa, a STCP compara os números de 2024 com o “ano de referência” 2019, antes da pandemia, concluindo que a transportadora “já ultrapassou os níveis de procura em todos os municípios onde opera exceto no município do Porto” devido às obras que decorrem por causa do Metro.

“Este facto permite-nos concluir que a STCP cresce onde as condições de circulação se mantiveram inalteradas, o que demonstra uma apetência crescente pelo transporte público”, considera a STCP.

Assim, em 2024, para a STCP, cujo capital é maioritariamente detido pelo município do Porto (53,69%), “a construção das novas linhas de Metro, Rosa e Rubi, assim como a construção do canal para a futura linha de BRT [metrobus] do Porto impactaram significativamente nas condições de circulação nos municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia”.

“Com a abertura das novas linhas de metro é expectável o desenvolvimento de novas dinâmicas de mobilidade onde acreditamos que a STCP terá um papel determinante”, refere fonte da empresa à Lusa.

Em 2024, a empresa diz que face a 2023 “a STCP manteve os níveis de procura nos municípios de Gondomar e da Maia, tendo crescido nos concelhos de Matosinhos e de Valongo”.

“Em relação às linhas com maior procura, em 2024 foram a 205, 600, 903, 704 e 204. Só a linha 205 transportou mais de 3,2 milhões de passageiros em 2024”, referiu também fonte da STCP à Lusa.

A STCP assegura o transporte coletivo público rodoviário de passageiros na AMP, em regime de exclusividade dentro dos limites do concelho do Porto e no regime geral de concessão nos concelhos limítrofes – Gondomar, Matosinhos, Maia, Valongo e Vila Nova de Gaia.

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