A zona da Ericeira foi eliminada do Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), publicado em Diário da República, esta sexta-feira, tendo ainda sido reduzida a área norte e eliminada a área sul de Viana do Castelo.

“Em resultado da ponderação efetuada, reconheceu-se a necessidade de diminuir o impacte sobre a atividade da pesca e sobre o ambiente”, refere o documento, apontando que “foi reduzida a área norte de Viana do Castelo, eliminada a área sul de Viana do Castelo, ajustada ligeiramente a área de Leixões e eliminada a zona da Ericeira”.

Áreas previstas para a exploração de eólica flutuante e/ou recurso energético das ondas

O PAER define as áreas e os volumes do espaço marítimo nacional, para a exploração comercial de energias eólicas ‘offshore’ e tinha sido aprovado em Conselho de Ministros, em 09 de janeiro.

O plano foi submetido a discussão pública entre 30 de outubro e 13 de dezembro de 2023, tendo recebido 148 participações.

O projeto que teve início com o anterior Governo socialista previa a criação de um parque eólico ‘offshore’ em Portugal, com 10 gigawatts (GW) de potência, e delimitava como possíveis áreas de exploração de energias renováveis Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines.

Várias associações do setor da pesca manifestaram preocupações quanto ao impacto nas comunidades piscatórias e fauna marinha e a Avaliação Ambiental Estratégica do projeto assumia que a instalação de eólicas ‘offshore’ “deve conduzir ao abate de embarcações” e reduzir a pesca.

área final do PAER permite atingir uma potência instalada para projetos comerciais de cerca de 9,4 GW

O plano publicado prevê uma área total para exploração de 2.711,6 km2, valor que inclui uma área de 5,6 km2 na Aguçadoura (Póvoa de Varzim), para instalação de projetos de investigação e demonstração não comerciais, o que representa uma diminuição de 470 km2 face à proposta submetida a discussão pública.

Assim, prevê-se uma área de 229 km2 em Viana do Castelo, para uma potência de 0,8 GW, 722 km2 em Leixões (2,5 GW), 1.325 km2 na Figueira da Foz (4,6 GW), 430 km2 em Sines (1,5 GW) e 5,6 km2 em Aguçadoura.

“A área final do PAER permite atingir uma potência instalada para projetos comerciais de cerca de 9,4 GW e, acomodar medidas de mitigação de impactes ambientais que se considerem necessárias em sede de avaliação de impacte ambiental dos projetos de energias renováveis ‘offshore’, bem como os espaços necessários à salvaguarda dos corredores de navegação e à minimização do efeito de esteira entre parques eólicos”, lê-se no documento.

Artigo anteriorImpacto de Inteligência Artificial no ambiente preocupa associações
Próximo artigoÁrea Metropolitana do Porto terá em circulação 30 autocarros 100% elétricos