Esta terça-feira começa em Roma a Cimeira da Biodiversidade das Nações Unidas – COP16.2. Depois do impasse negocial na conferência em Cali, na Colômbia, que decorreu de 21 de outubro a 02 de novembro passado, os trabalhos são retomados numa segunda ronda da 16.ª Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade, a COP16.

O evento acontece até esta quinta-feira, tendo na agenda de trabalhos a aprovação de fundos para a proteção da biodiversidade para os próximos cinco anos que, segundo as estimativas, ascendem a pelo menos 200 mil milhões de dólares (191 mil milhões de euros) anuais.

COP16 da biodiversidade será retomada em Roma entre 25 e 27 de fevereiro.

Para o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), uma eventual falta de consenso sobre o financiamento pode representar “um grave revés para a colocação em marcha das metas do Quadro Global da Biodiversidade“.

Este acordo, estabelecido na COP15, em 2022, no Canadá, definiu metas para 2030 e 2050, incluindo a proteção de 30% do planeta, em terra e no mar, e a recuperação de 30% dos ecossistemas degradados.

E Portugal?

Do lado português, segundo o Ministério do Ambiente, ao nível das áreas terrestres, Portugal “já supera o objetivo da proteção de 30% do território”, com 36% do mesmo “sob medidas de proteção e conservação”, tendo como um novo objetivo “a plantação de cinco milhões de árvores por ano”.

Na cimeira, Portugal fará ainda um ponto da situação de diversas iniciativas, como o Plano Nacional do Restauro da Natureza, em elaboração, o novo ciclo do modelo de cogestão de áreas protegidas e os esforços de conservação do lince-ibérico e do lobo-ibérico.

Ainda do lado português, o aumento de 4,5% para 19,1% das áreas marinhas protegidas é uma das novidades que Portugal vai apresentar na Cimeira da Biodiversidade das Nações Unidas – COP16.2.

O “aumento exponencial” é devido “à nova Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores, que será a maior do Atlântico Norte”, explica o Ministério do Ambiente e Energia em comunicado.

“Estamos particularmente satisfeitos por chegarmos a esta Conferência das Nações Unidas com a notícia da criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores, que será possível graças à adoção de medidas de compensação que serão financiadas integralmente com verbas nacionais, provenientes do Fundo Ambiental”, refere Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia, citada no comunicado.

“Estamos claramente na trajetória certa para cumprir a meta 30 x 30, no sentido de ter sob proteção 30% de área terrestre e 30% de área marinha até 2030, o que muito nos orgulha”, indica Maria da Graça Carvalho.

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