A Câmara Municipal de Oeiras pretende reativar o SATUO (Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras).

A reativação do SATUO, que se insere no âmbito do plano de mobilidade urbana sustentável e de acessibilidade do concelho de Oeiras, já tinha sido avançada em abril do ano passado, tendo agora dado um passo em frente, já que o executivo municipal aprovou no dia 5 de março, em reunião de Câmara Municipal a declaração de interesse público municipal, intermunicipal e metropolitano do SATUO.

Nessa reunião de Câmara foi apresentado o projeto desenvolvido pela empresa municipal Parques Tejo para o novo conceito do SATUO que o município pretende que seja uma realidade em Oeiras a partir de 2029.

O intuito é ligar Paço de Arcos (concelho de Oeiras) a Tercena/Massamá (concelho de Sintra), unindo toda a zona ocidental do concelho e de forma a conectar as duas linhas de caminho de ferro existentes no território (linha de Cascais/Oeiras à de Sintra).

“Depois de concluídos os estudos e perante o desafio do Governo – de apresentar um projeto que se candidatasse a fundos comunitários – a Câmara Municipal de Oeiras já entregou, na semana passada, o dossier com toda a informação necessária à Sra. Secretária de Estado da Mobilidade e temos agora condições de lançar procedimento de conceção/construção dentro dos prazos previstos, beneficiando de financiamento europeu”, informou a Vereadora da Mobilidade, Joana Baptista.

O presidente da empresa municipal Parques Tejo, Rui Rei, fez uma apresentação dos trabalhos desenvolvidos, quer no desenvolvimento de estudos, programa, peças concursais de projeto e obra e estimativa orçamentais, dando conta de que, no primeiro ano de operação, em 2029, estima-se que se façam 30 mil viagens diárias, com média de 24 mil passageiros.

Quanto ao investimento previsto, a previsão da autarquia aponta para cerca de 100 milhões de euros em infraestruturas, valor ao qual acrescem mais 10 milhões de euros em material circulante, numa operação que será integrada na Carris Metropolitana, num sistema de bilhética comum.

“É um projeto que tem a maturidade necessária para avançar e, mediante a decisão do Governo, avançar com obra em 2026, concluindo-se em 2028 e condições definitivas de arrancar a operacionalização em 2029”, concluiu Rui Rei.

Na discussão da proposta, o executivo sublinhou a importância estratégica deste sistema de transporte para a Área Metropolitana de Lisboa, contribuindo para um melhor serviço de transporte público e mobilidade sustentável.

O SATUO foi um serviço de mobilidade 100% elétrico e autónomo (sem condutor), uma espécie de metro de superfície em viaduto dedicado que foi inaugurado há mais de vinte anos (em 2004) e funcionou até maio de 2015. No tempo da troika, foi ordenado o seu desmantelamento por prejuízos acumulados.

O propósito inicial do SATUO era ligar a Linha de comboio de Cascais à Linha ferroviária de Sintra. Seriam 16 estações e cerca de 11 km de linha que serviria os principais pólos empresariais de Oeiras e Sintra (Quinta da Fonte, Lagoas Park e Tagus Park), conseguindo, com isso, retirar carros das estradas.

Isto teoricamente. Na prática, o projeto, que foi uma obra da Teixeira Duarte, fracassou, porque a secção do SATUO que foi feita foi aquela que já estava servida por outros transportes (que ligava até ao Centro Comercial Oeiras Parque) e os utentes não aderiram, com queixas das viagens serem caras.

A infraestrutura ficou inacabada, com apenas três estações (Estação dos Navegantes, Estação da Tapada do Mocho e Estação do Fórum (Oeiras Parque/Parque dos Poetas) e 1 km de extensão, tendo a construção do viaduto ficado “pendurada” na zona da rotunda do Oeiras Parque, algo que é visível ainda hoje.

A construção do viaduto do SATUO ficou por concluir. Aqui, o ponto onde a obra ficou
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