O mercado global de veículos autónomos vai render 252,26 mil milhões de euros este ano e irá crescer a um ritmo anual composto de 36,3% até 2033, segundo dados da Providence Research que apontam para um impulso dirigido pela Inteligência Artificial (IA).


A explosão deste mercado foi o foco da primeira edição da conferência Ride AI, que decorreu em Los Angeles e debateu o que está a acontecer na mobilidade elétrica, autónoma e inteligente.
Nesta conferência foram reveladas alguns desenvolvimentos mais recentes em condução autónoma, caso da Torc Robotics, uma subsidiária da Daimler, cujos camiões autónomos já completaram vários testes em autoestradas e deverão começar a comercialização no estado do Texas em menos de dois anos.
“Estamos no caminho certo para um lançamento comercial em 2027”, disse susan Fowler, diretora de cibersegurança da Torc Robotics, que tem desenvolvido este projeto através de uma parceria com a Nvidia e a Flex.
Outra empresa, também no Texas, a Bot auto, aproveito este evento para anunciar um serviço de aluguer de transporte de camiões autónomos como alternativa à modalidade de compra por parte das empresas transportadoras. A Bot Auto tem o objetivo de custar menos de dois dólares por milha (cerca de 1,80 euros por 1,6 quilómetros) e estar pronta para comercializar o serviço dentro de dois anos, com uma frota inicial de 100 camiões sem condutor humano.
A Waymo, subsidiária da Alphabet (casa-mãe da Google), que opera um serviço de robotáxis (boleias autónomas) em Los Angeles (onde opera uma frota de 100 táxis desde novembro), São Francisco, Silicon Valley e Phoenix, anuncia que vai expandir-se para Austin, Miami, San Diego e Las Vegas nos EUA. Também vai passar a disponibilizar os seus táxis autónomos em Tóquio, no Japão, ainda este ano.
De acordo com o diretor de gestão de produto, Vishay Nihalani, o foco da Waymo é “demonstrar o nosso histórico de condução segura”. Para a Europa, não há ainda planos para um lançamento, uma vez que os regulamentos europeus para veículos autónomos diferem dos dos norte-americanos.
Na China, o mercado da condução autónoma está num bom plano de desenvolvimento. A Apollo Go tornou, por exemplo, todas as suas operações autónomas e ultrapassou o marco de 10 milhões de boleias pagas dadas aos consumidores chineses, revelou a responsável Helen Pan. As viaturas da Apollo Go vão na sexta geração e têm, por exemplo, serviços para pessoas com deficiência.

A 6ª geração de veículos Apollo Go utiliza a troca de baterias em vez do carregamento tradicional. Este processo é completamente automatizado, sem necessidade de operadores humanos, demorando apenas cerca de 2 minutos por veículo. Após a troca, os veículos podem regressar imediatamente ao serviço.
Nesta conferência, a Caterpillar anunciou igualmente um acordo para utilizar os sensores LiDAR da Luminar para um veículo todo-o-terreno de condução autónoma.
A Pony.ai é também a primeira empresa autorizada a operar robotáxis autónomos em Shenzhen. A nova autorização concede à Pony.ai permissão para cobrar aos clientes por viagens totalmente sem condutor numa área de serviço que inclui o Aeroporto Internacional de Shenzhen Bao’an, o Porto da Baía de Shenzhen e o distrito de Nanshan, onde empresas como a Tencent e a DJI estão sediadas. Embora a autorização permita a operação em “todas as condições meteorológicas”, o serviço está atualmente limitado ao horário das 7h30 às 22h.
No evento, vários oradores explicaram que a rápida evolução da IA generativa tem acelerado em muito o desenvolvimento, permitindo a criação de cenários que ajuda a treinar os sistemas melhor que a realização de quilómetros em estrada.