Com uma idade média de circulação que ultrapassa os 14 anos nos ligeiros de passageiros e os 16 anos nos veículos de mercadorias, o envelhecimento do parque automóvel em Portugal tem vindo a agravar-se ao longo da última década. O alerta é da ACAP (Associação Automóvel de Portugal) que refere que, em 2024, a idade média dos veículos enviados para abate atingiu os 24,7 anos — muito acima dos 16,6 anos registados em 2009, durante o anterior programa de incentivo ao abate.

A ACAP defende, por isso, que é necessário, e de forma “urgente”, alargar este tipo de programa, uma vez que o atual incentivo à mobilidade verde se tem revelado muito limitado e ineficaz.

Num contexto de eleições legislativas antecipadas, para o próximo dia 18 de maio, a proposta da ACAP para 2026 prevê um novo programa de incentivo à renovação do parque automóvel, que contemple o abate de veículos em fim de vida.

Nesse programa defendido pela ACAP, deveria estar incluído o apoio à aquisição de veículos ligeiros elétricos ou eletrificados, com primeira matrícula em Portugal e adquiridos por qualquer forma de financiamento. Por seu lado, a associação entende que o programa de abate deve abranger veículos a combustão matriculados em Portugal há mais de 10 anos.

Ainda na perspetiva da ACAP, o incentivo deverá chegar aos 5.000 euros no caso de viaturas 100 por cento elétricas, e abranger até 40.000 veículos, enquanto o abate seria livre de ónus e encargos para os proprietários.

O objetivo passa pela poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo. Desta forma, seria possível reduzir as emissões de CO2/ano em menos 10.800 toneladas, salienta a associação.

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