A degradação da bateria de um elétrico é uma preocupação dos automobilistas e é sempre um tema recorrente na troca de argumentos entre proprietários de viaturas elétricas. Sabendo isso, a Hyundai Motor revelou que um exemplar do seu modelo elétrico Ioniq 5 conduzido durante 580.000 quilómetros ao longo de quase três anos manteve o desempenho da bateria dentro dos limites normais. O fabricante acrescenta que o resultado mostra que as baterias do veículo permaneceram em bom estado mesmo em condições extremas de condução.
A Hyundai explicou que, em julho do ano passado, recolheu e analisou um Ioniq 5 pertencente a Lee Young-heum, 46 anos, um representante de vendas que conduzia diariamente entre a área metropolitana de Seul e outras regiões, na Coreia do Sul. Tratava-se de um veículo – comprado em novembro de 2021 – que tinha no odómetro 580 mil quilómetros, marcando, assim, a maior quilometragem registada para um Ioniq 5. Lee não relatou falhas mecânicas ou substituições de peças durante esse tempo, mas como a marca estava deveras curiosa em estudar este caso propôs ao proprietário ficar-lhe com a bateria e, em troca, montavam-lhe outra bateria e o motor gratuitamente, para que pudessem analisar os componentes usados.

A análise dos mecânicos da marca mostrou que a bateria reteve 87,7% de sua capacidade original, bem dentro da faixa de desempenho normal. Considerando que os automóveis são normalmente retirados de circulação após cerca de 200 mil quilómetros de condução, a Hyundai afirmou que os resultados demonstram a resistência da bateria em condições de utilização extremas.
É um número impressionante, especialmente se tivermos em conta que Lee utilizou o carregamento rápido, que é conhecido por sobrecarregar muito as baterias dos veículos elétricos.
O Ioniq 5 de Lee atingiu agora 671.000 quilómetros de quilometragem total.

A Hyundai calculou que, em comparação com a condução de um veículo a gasolina na mesma distância, Lee poupou cerca de 30 milhões de won, ou seja, cerca de 19 mil euros, em custos operacionais.
Os cálculos foram feitos tendo por base a realidade sul-corena de um preço médio da gasolina de 1.702 won por litro (1,08 euros) nos últimos três anos e na eficiência de combustível do Tucson de 13,9 km por litro, os custos de combustível teriam totalizado cerca de 80 milhões de won (perto de 51 mil euros). Em contraste, os custos de carregamento do Ioniq 5 – que tem uma média de 4,6 quilómetros por quilowatt-hora – foram estimados em cerca de 50 milhões de won (perto de 32 mil euros).
Lee disse que, quando conduzia um veículo com um motor de combustão interna, mudava o óleo de 15 em 15 dias devido ao facto de conduzir uns bons milhares de quilómetros. Apesar desta manutenção regular, tinha de substituir os componentes do motor e do grupo motopropulsor “continuamente”.
Este sul-coreano refere que não é esse o caso do Ioniq 5, pois só teve de substituir “os consumíveis mais básicos”. O fabricante observou que, com 660.000 km, ele teria de efetuar 66 mudanças de óleo, 8 substituições de velas de ignição, 13 mudanças de fluido dos travões e 11 mudanças de óleo da transmissão num Tucson. Em contrapartida, do lado do Ioniq 5, após 650.000 quilómetros, apenas um problema: o veículo deixou de carregar em corrente alternada. O motivo terá sido o facto de o carregador de bordo ter chegado ao fim da sua vida útil e ter “morrido de morte natural”.