A ministra do Ambiente e Energia anunciou que Portugal deve antecipar em um ano a meta de integrar 80% de energias renováveis na sua produção elétrica.
Esta meta estava originalmente estabelecida para 2026 no âmbito do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), que também prevê uma redução de 55% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
“Temos registado resultados muito positivos nos primeiros meses deste ano”, afirmou Maria da Graça Carvalho, à margem II Conferência de Energia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O aumento da energia hídrica e eólica tem sido determinante, levando a ministra a considerar que “é muito provável que, ainda este ano, Portugal atinja essa meta inicialmente prevista para 2026”.
Dados de abril de 2025 avançados pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), apontam nesse sentido: “Durante o mês de abril, 83,3% da eletricidade produzida em Portugal continental teve origem em fontes renováveis, com destaque para a hídrica e a eólica”, lê-se no “Boletim Eletricidade Renovável” da APREN.
Nos primeiros quatro meses do ano, Portugal manteve-se como o terceiro país europeu com maior incorporação renovável na geração de eletricidade de entre os mercados analisados, com 82,2%, ficando apenas atrás da Noruega (97,2%) e da Dinamarca (83,3%).
Mantendo-se estes indicadores, estamos perante um crescimento da quota renovável, já que, em 2024, as fontes renováveis representaram 71% da eletricidade consumida — o valor mais elevado de sempre — com destaque para a energia hídrica (28%), seguida da eólica (27%), solar fotovoltaica (10%) e biomassa (6%).
Em 2024, a eletricidade produzida por fontes não renováveis, principalmente gás natural, correspondeu a apenas 10% do consumo, enquanto o restante foi suprido por importações, que atingiram um recorde de 10,5 TWh.