A Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai reforçar a cooperação entre Estados para a promoção da transição energética, unindo esforços e criando sinergias que tenham impacto e que acelerem os processos de descarbonização das suas economias, que têm decorrido a diferentes ritmos e velocidades, afirmou a presidente da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER).
Mayra Pereira falou na sessão de encerramento da II Conferência de Energia da CPLP, que entre os dias 27 e 28 de maio juntou, no Centro de Congressos do Estoril, perto de 500 governantes, gestores, empresas, financiadores, reguladores, especialistas e várias entidades ligadas a este setor, sob o mote, “Impulsionando uma Transição Energética Resiliente, Sustentável e Inclusiva para a CPLP”.
“Nestes dois dias, fizemos muito mais do que informar — conhecemos. Conhecemos realidades distintas, desafios comuns e soluções criativas. E, mais importante, reconhecemo-nos, enquanto países irmãos ligados por uma língua”, afirmou a responsável da ALER.
Com apoio institucional do Ministério do Ambiente e de Energia de Portugal, a II Conferência de Energia da CPLP foi organizada pela Comissão Temática de Energia dos Observadores Consultivos da CPLP, cuja coordenação está a cargo da ALER e da RELOP, e ocorreu 10 anos após a primeira, promovida então pela presidência de Timor-Leste da CPLP, também em Cascais. O evento teve como parceiros a ADENE – Agência para a Energia, a Câmara Municipal de Cascais e a ENSE – Entidade Nacional para o Setor Energético, e ainda contou com o apoio do ESMAP – Energy Sector Management Assistance Program, PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, GEF – Global Environment Facility e do Banco Africano de Desenvolvimento.
Entrega de prémios
O evento foi ainda palco da atribuição de prémios a empresas e individualidades da lusofonia na área da energia, distinguindo projetos, ações e iniciativas em linha com o tema da Conferência, que foi promovida pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém atualmente a presidência da CPLP.
O Prémio Acesso a Energia foi atribuído ao Ministério do Petróleo e Recursos Minerais de Timor-Leste.
A empresa angolana PRODEL, EP recebeu o Prémio Descarbonização, e o Ministério da Eletricidade e das Energias Renováveis da Guiné Equatorial, o galardão para a Cooperação na Energia.
O Prémio Eletrificação Rural foi atribuído ao Grupo MCA, pelos seus projetos na área da energia fotovoltaica em zonas remotas de Angola, e o da Transição Energética à empresa cabo-verdiana Águas de Ponta Preta.
A presidência da Associação dos Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP), a cargo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) do Brasil mereceu o Prémio Parceiro Estratégico, e o galardão para as Jovens Lideranças foi entregue ao Ministério da Energia da Guiné-Bissau.
Miquelina Menezes, primeira presidente da ALER, recebeu o Prémio Mérito e Carreira, e Carlos Vila Nova, Presidente de São Tomé e Príncipe, foi eleito Personalidade de Energia na CPLP.
Por fim, Isabel Cancela de Abreu, Diretora Executiva da ALER, foi distinguida com o Prémio Mulher na Energia.
“Mais do que juntar, conseguimos agregar. Criámos pontes de cooperação, rimos juntos e reforçámos que a nossa força está no coletivo. Quando um dá o passo, todos dançamos”, concluiu Mayra Pereira.
O evento de alto nível decorreu à margem da III Reunião de Ministros de Energia da CPLP, realizada no dia 26.
