A Câmara Municipal de Lisboa vai assinar este mês um acordo com os operadores de trotinetes elétricas para a adoção de novas regras de circulação para este tipo de veículos de micromobilidade.

Entrevistado pela Antena 1, o vice-presidente da autarquia lisboeta, Filipe Anacoreta Correia, detalhou que entre essas novas regras de circulação está a proibição das trotinetes utilizarem corredores BUS, jardins, zonas que são exclusivamente pedonais e artérias que são rodoviárias centrais, dando como exemplo a Avenida da Liberdade.

“Desafiamos os operadores por via digital a permitirem que a trotinete bloqueie em determinadas zonas que são identificadas onde as trotinetes não deverão poder circular”, revela Filipe Anacoreta Correia.

Com o mandato a terminar, a autarquia destaca que tem procurado disciplinar o uso de trotinetes na cidade, tendo implementado várias alterações desde 2023, como a diminuição da velocidade máxima das trotinetes que passou para 20 km/h, a criação de hotspots ou zonas para estacionamento e a redução do número de trotinetes, que diz ter baixado 73% ao longo do mandato, havendo agora cerca de seis mil na cidade.

De acordo com o responsável autárquico, as restrições são uma forma de “melhorar o espaço público”.

Para contrabalançar, a Câmara Municipal de Lisboa vai incluir a utilização de trotinetes no passe Navegante.

Filipe Anacoreta Correia anuncia que as trotinetes vão poder ser usadas gratuitamente pelos residentes em Lisboa que tenham passe Navegante, à semelhança do que acontece com alguns parques de estacionamento e com as bicicletas Gira, mas avisa que ainda pode levar algum tempo a concretizar-se.

“Segundo o que os operadores nos transmitem, precisam de um tempo para assumir essa implementação, que poderá ir até dois meses”, explica, já que é preciso interligar sistemas com os Transportes Metropolitanos de Lisboa, que gerem o Passe Navegante.

Aliás, Filipe Anacoreta Correia diz que as mais valias que têm sido incluídas no passe Navegante pretendem fazer dele uma “alternativa plenamente satisfatória em termos de mobilidade” para que as pessoas possam “prescindir do carro”.

Nesta entrevista, Anacoreta Correia abordou ainda o projeto do LIOS Ocidental (Linha Intermodal Ocidental Sustentável, entre Lisboa e Oeiras), afirmando que o projeto “será apresentado em breve” com um sistema BRT (Bus Rapid Transit, um sistema de autocarros adaptados em via própria).

“No caso do Oriental [entre Lisboa e Loures] é elétrico, portanto não é o chamado BRT”, enquanto “no caso do Ocidental a opção será outra”, diz.

As câmaras de Lisboa e Oeiras aguardavam o decurso de estudos técnicos, e agora Filipe Anacoreta Correia afirma que “o projeto evoluiu muito face à sua ideia inicial”.

“Está melhor no sentido em que vai mais ao encontro da população, tem uma interseção com o miolo urbano e isso também levanta maiores exigências”, seja “em termos de curvas” ou “inclinações de alguns arruamentos”.

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