A última revisão do Sistema de Certificação Energética (SCE), em Portugal, introduziu requisitos mais exigentes tanto para a eficiência energética dos edifícios como para a integração de energias renováveis, como a solar ou a eólica. Estas novas regras procuram incentivar empresas e proprietários a investir em tecnologias que consumam menos energia e a recorrerem a fontes de energia mais limpas e sustentáveis.
Esta transformação é especialmente relevante no setor dos edifícios, onde os sistemas de aquecimento e arrefecimento representam entre 20 a 30% do investimento inicial e são responsáveis por grande parte da fatura energética e das emissões de CO₂ para a atmosfera. Ao mesmo tempo, são também elementos fundamentais para garantir conforto e qualidade do espaço.
Uma das formas mais eficazes de responder a este desafio é através do modelo “Energy as a Service”, ou simplesmente EaaS. Apesar de poder soar como um jargão técnico reservado a especialistas, na verdade trata-se de uma abordagem simples que torna a otimização energética mais acessível a diferentes tipos de edifícios — desde serviços como centros comerciais, hospitais ou hotéis, até instalações industriais.
Neste modelo, o foco não está apenas no consumo de energia, mas sim na disponibilização de um serviço com garantia de desempenho e eficiência. A título de exemplo, pode aplicar-se a sistemas de climatização (AVAC), aquecimento de águas sanitárias, iluminação ou outros equipamentos técnicos. Ao contrário do modelo tradicional, em que o proprietário do edifício é responsável por investir, operar e manter os sistemas energéticos, no modelo EaaS essa responsabilidade passa para a empresa de serviços energéticos — como a Helexia — que investe na solução, executa o projeto e assegura a sua manutenção. O cliente paga pelo serviço prestado, com base num modelo indexado à taxa de utilização e à performance garantida.
Esta abordagem elimina a necessidade de investimento inicial por parte do cliente, libertando capital para outras áreas do negócio. Reduz o risco, assegura custos operacionais mais baixos e garante níveis de desempenho e eficiência energética previamente definidos.
Numa altura em que as exigências regulatórias aumentam e a pressão para descarbonizar se intensifica, o Energy as a Service surge como uma abordagem inteligente: transfere o risco para quem sabe operar, garante resultados e torna a transição energética mais acessível.
Afinal, o futuro da energia pode — e deve — ser mais simples.